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Adolescente morre após 4h de espera por atendimento em hospital; VÍDEO

Kevinn Belo Tome da Silva, de 16 anos, morreu depois de esperar por 4h na porta de hospital em Vila Velha — Foto: Reprodução

Um adolescente de 16 anos morreu depois de esperar por atendimento durante quatro horas na porta de um hospital em Vila Velha, na Grande Vitória. O garoto estava dentro de uma ambulância que saiu de Cachoeiro de Itapemirim, onde ele morava com a família.

Inicialmente, a família acreditava que o motivo da demora seria a falta de um leito para o jovem. Mas a direção do hospital informou que a vaga do jovem na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) estava reservada e que vai investigar porque a médica que seria responsável por admitir o adolescente não o recebeu.

O Hospital Infantil e Maternidade Alzir Bernardino Alves (Himaba) afastou das funções duas médicas que seriam as responsáveis por receber o adolescente.

Veja o vídeo publicado pelo G1:

Kevinn Belo Tome da Silva começou a passar mal em casa, na última segunda-feira (25). Na quarta (27), ele foi internado no Pronto Atendimento Paulo Pereira Gomes, que fica no bairro Baiminas, em Cachoeiro de Itapemirim.

Nesta sexta (29), os médicos informaram à família do adolescente que ele precisaria de uma vaga em algum hospital para ser transferido para a UTI.

A professora Clayde Aparecida Belo da Silva, tia de Kevinn, disse que o garoto sentia falta de ar e tinha uma infecção. De acordo com ela, os médicos disseram aos parentes do adolescente que nenhum hospital de Cachoeiro poderia receber Kevinn.

“Sentia dor na parte esquerda do corpo, a respiração muito ofegante não conseguia levantar, para tirar da cama era difícil. A médica que me atendeu falou ‘Clayde, o Kevinn está tendo uma infecção e nós vamos precisar transferi-lo para ser internado em um hospital’. Como em Cachoeiro o [hospital] infantil não pega com 16 anos, só até 15 anos e nove meses, e os outros dois hospitais, Evangélico e Santa Casa, não recebem dessa idade, só a partir de 18′”, disse a tia.

Kevinn e a mãe saíram de Cachoeiro por volta das 22h30 em uma ambulância paga, segundo a família, pelo governo do estado. Segundo a mãe, o garoto teve duas paradas cardíacas no caminho até Vila Velha.

“Eu vim de lá de Cachoeiro com uma vaga reservada aqui. Dentro da ambulância ele teve duas paradas cardíacas no meio do caminho e outra ali [na porta do hospital]. Ele [falava] ‘mãe, não me deixa morrer, eu acho que vou morrer hoje’. Eu falei ‘não vai, meu filho”‘, disse Suzana Belo da Silva, mãe de Kevinn.

A família de Kevinn afirma ter sido comunicada pelos médicos do pronto atendimento em Cachoeiro que haveria uma vaga de UTI para o adolescente no hospital em Vila Velha. Por volta de meia-noite e meia, a ambulância chegou ao Hospital Infantil e Maternidade Alzir Bernardino Alves (Himaba).

No entanto, ao chegar no Himaba, Kevinn não conseguiu dar entrada. Desesperado com a demora no atendimento, um primo da mãe de Kevinn, o pastor Antônio Marcos Santana da Silva, começou a gravar vídeos mostrando o sofrimento.

“A ambulância chegou aqui 0h30. Não veio um médico, um médico lá de dentro, não veio dar nenhuma assistência, um descaso. Os médicos da remoção ficaram aqui fora pedindo para botar o menino para dentro, para arrumar uma vaga para ele. Já vai amanhecer, fecharam a ambulância, os médicos tentaram reanimar ele, não sei o que está acontecendo. Ele só vai entrar se estiver vivo”, falou o primo em um dos vídeos gravados durante a madrugada.

Em um dos vídeos, é possível ouvir a médica que acompanhava Kevinn na ambulância explicando a alguém que o caso do adolescente era muito grave.

“Ele não é paciente de pronto-socorro, ele é um paciente de UTI. Então eu estou aqui na porta do Himaba, sem vaga, sem leito com o paciente com insuficiência respiratória. Ele está em gravíssimo estado geral”, disse a médica.

Por volta das 4h30, Kevin não resistiu à terceira parada cardíaca e morreu dentro da ambulância. A família disse que depois que o menino já estava morto a mãe foi chamada pra fazer o prontuário.

“A hora que ele teve a última parada cardíaca, que eles tentaram levar para dentro do hospital, os médicos falaram ‘agora não, agora nós vamos ter que fazer aqui [na ambulância]’. A mãe não percebeu e aí convidaram a minha prima para ir lá na frente um prontuário. Ela saiu alegre. Ela não sabia”, relatou o primo da mãe de Kevinn.

A família registrou um boletim de ocorrência na delegacia e quer que o caso seja investigado.

O diretor do Himaba, Fábio Diehl, disse à reportagem que a instituição identificou uma médica que deveria ter recebido o adolescente. O diretor também garantiu que o hospital tinha a vaga reservada e a estrutura preparada para receber Kevinn.

“Ele veio com a solicitação, confirmada a vaga. Nós tínhamos os profissionais prontos para recebê-lo e ele não foi recebido”, falou o diretor.

*Com informações do G1

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