Duas agências de inteligência do Reino Unido estão recrutando ativamente indivíduos “neurodiversos” e magos da tecnologia – nos moldes do icônico decifrador de códigos Alan Turing e ‘Q’ de James Bond – para enfrentar os desafios emergentes de segurança cibernética no mundo digital.
O Serviço de Inteligência Secreta, mais conhecido como MI6, lançou um anúncio de emprego para um ” Diretor Geral Q ” para liderar uma equipe de boffins que transformam “tecnologias disruptivas de ameaças às nossas operações em oportunidades” para ajudar em sua missão contra o país “Adversários mais difíceis”.
O candidato bem-sucedido, que não será “declarado publicamente” , responderá ao chefe do MI6, Richard Moore – que aparentemente atende pela letra ‘C’ e não pela letra ‘M’. Na semana passada, Moore acessou o rádio e as redes sociais para apresentar a vaga, que tem menos a ver com canetas explodindo do que se poderia esperar.
Em vez disso, o candidato ideal para levar a agência à “vanguarda da inovação digital” parece ser um executivo do setor de tecnologia.
De acordo com o anúncio, a função é destinada a um “líder empreendedor sênior, com experiência em liderança digital, tecnologia ou negócios de engenharia de ponta e um histórico de entrega de transformação digital e mudança cultural”.
“Neste, a vida imita a arte”, disse Moore em entrevista à Times Radio. “Estávamos reformulando a forma há alguns anos e não podíamos pensar em um nome certo para ela e, no final, pensamos: ‘Bem, vamos lá, vamos em frente’, então decidimos chamá-la de Q. ”
Enquanto isso, a Sede de Comunicações do Governo (GCHQ) está procurando indivíduos que “pensem de forma diferente” como parte de uma unidade de aprendizagem de “missão crítica” em que os candidatos aprovados têm “três a quatro vezes mais probabilidade” de ser disléxicos do que aqueles em esquemas semelhantes em outros lugares .
Durante um podcast de vídeo transmitido na quinta-feira, uma diretora sênior do GCHQ, Jo Cavan, disse que o programa de aprendizagem atrai particular interesse de pessoas com dislexia, muitas das quais “não sentem que podem prosperar em um ambiente de educação tradicional”.
“Estamos procurando pessoas que possam ver algo que está fora do lugar em uma imagem maior, que tenham boa consciência visual e possam detectar anomalias” , disse Cavan, acrescentando que a agência tem valorizado a contratação de indivíduos “neurodiversos” como Turing, um disléxico , durante seus 100 anos de existência.
Observando que o GCHQ tem uma “comunidade próspera de colegas que pensam de maneira diferente”, ela disse que “ quanto menos pessoas pensarem de maneira semelhante, melhores serão” nos tipos de funções que a agência espera preencher.
Muito do trabalho de proteção do Reino Unido contra uma série de ameaças envolve “enfrentar problemas desafiadores” e “resolver questões complexas” – o que requer pessoas que “conectem ideias … pensem visualmente” e “usem sua intuição”, disse Cavan.
“Se eles estão vasculhando grandes quantidades de dados de um grande número de fontes para evitar um ataque terrorista ou um crime organizado sério, habilidades como reconhecimento de padrões são essenciais. Muitos colegas disléxicos têm essas qualidades ” , acrescentou ela.
O podcast também apresentou dois agentes do GCHQ, identificados apenas pelos pseudônimos ‘Charlotte’ e ‘Rob’ – que falaram sobre como ser disléxico lhes permitiu “detectar padrões ocultos” e “fazer as coisas de maneira diferente”.
No mês passado, a revisão integrada de defesa do Reino Unido falou sobre um eixo estratégico que se distancia do foco tradicional nas capacidades militares e se dirige ao fortalecimento das capacidades de ciência e tecnologia.
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