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Aglomerações na Caixa: onde a desinformação e a ignorância se encontram

Amazonenses sofrem com o descaso e falta de informação de várias agências da capital. Saiba mais:

Foto: Agencia bancária da Caixa Econômica na Rua Barroso, Centro

Nos últimos dias, a desinformação e a necessidade da renda básica emergencial paga pelo governo federal têm ido de encontro a todas as recomendações médicas para evitar aglomerações, e assim não se contaminar ou disseminar o novo coronavírus.

Pois bem, na capital amazonense, desde a última segunda-feira (27), vários amazonenses sem nenhum tipo de proteção enfrentam situações degradantes. Em filas quilométricas, gestantes, idosos, mães com crianças de colo e pessoas com deficiência se empurram aglomerados, na busca por atendimento. Alguns deles, após ficar uma noite em claro, ficam debaixo de chuva e sol, em uma espera por atendimento que pode durar até 14 horas.

O que precisa ser dito de início, é que nem todos que estão ali, poderão receber o auxilio emergencial de R$ 600. O motivo? Somente metade dos beneficiários inscritos em algum cadastro federal terá o direito concedido.

De acordo com os dados do Dataprev, dos 92,8 bilhões de CPFs analisados até agora pelo órgão, somente 50,3 milhões (54,20%) são elegíveis para ter o valor. Ou seja, daqueles que se inscreveram via aplicativo Caixa Auxílio Emergencial ou pelo site auxilio.caixa.gov.br, cidadãos que fazem parte do Cadastro Único do governo federal e beneficiários do Bolsa Família.

A Dataprev recebeu 98 milhões de CPFs para fazer a análise. Faltam ser analisados 5,2 milhões de inscritos via site e app. No caso de quem faz parte do Bolsa Família e do CadÚnico, a análise já foi 100% concluída e todos os que tinha direito já foram identificados.

No entanto, nem todo mundo recebeu a grana. O pagamento segue sendo feito para os beneficiários do Bolsa Família, que recebem de acordo com o calendário habitual do programa, e aos trabalhadores que vão sacar o dinheiro nas agências da Caixa ou nas lotéricas.

Além disso, os trabalhadores informais, MEIs e contribuintes individuais do INSS que fizeram o cadastro no aplicativo na última semana ainda terão os dados analisados e, caso tenham direito, a grana será liberada.

Do total de 92,8 de análises, 28,97 milhões não se enquadram nas regas do programa e não vão receber o auxílio. Ao todo, são três em cada dez com a grana negada, mas ainda é possível recorrer.

A Caixa iniciou o pagamento dos valores no dia 9 de abril. A grana chega ao segurado de diversas formas. Para quem já estava no CadÚnico e tinha conta na Caixa e no Banco do Brasil, a grana cai nesta conta.

Beneficiários do Bolsa Família recebem na conta habitual do programa. Inscritos via app e site recebem os valores na conta informada na hora ou na poupança da Caixa.

Já quem não tem conta em banco recebe via poupança digital social da Caixa, aberta para este pagamento. Neste caso, é possível transferir os valores para outros bancos ou sacar nas agências da Caixa e nas lotéricas. No entanto, há um calendário de liberação, conforme a data de nascimento do beneficiário.

Confira abaixo o calendário de saques:

Segunda-feira (27) – beneficiários nascidos em janeiro e fevereiro

Terça-feira (28) – beneficiários nascidos em março e abril

Quarta-feira (29) – beneficiários nascidos em maio e junho

Quinta-feira (30) – beneficiários nascidos julho e agosto

Segunda-feira (4) – beneficiários nascidos em setembro e outubro

Terça-feira (5) – beneficiários nascidos em novembro e dezembro

*Os trabalhadores não devem ir na Caixa fora da data marcada para liberação os valores, pois não vão conseguir fazer o saque.

Quem tem direto de fato?

Os trabalhadores que se encaixam nas regras e têm direito aos valores podem se inscrever até o dia 2 de julho. Se tiverem direito, eles vão receber a grana atrasada. A Caixa pagará atrasados de até R$ 1.800, podendo chegar a R$ 3.600 em alguns casos.

De acordo com a lei, pode receber o auxílio quem cumprir as seguintes condições, acumuladamente:

  • É maior de 18 anos
  • Não tem emprego formal
  • Não receba benefício assistencial ou do INSS, não ganhe seguro-desemprego ou faça parte de qualquer outro programa de transferência de renda do governo, com exceção do Bolsa Família Tenha renda familiar, por pessoa, de até meio salário mínimo, o que dá R$ 522,50 hoje, ou renda mensal familiar de até três salários mínimos (R$ 3.135)
  • No ano de 2018, recebeu renda tributável menor do que R$ 28.559,70
  • O futuro beneficiário deverá ainda cumprir pelo menos uma dessas condições:
  • Exercer atividade como MEI (microempreendedor individual)
  • Ser contribuinte individual ou facultativo da Previdência, no plano simplificado ou no de 5%
  • Trabalhar como informal empregado, desempregado, autônomo ou intermitente, inscrito no CadÚnico até 20 de março deste ano ou que faça autodeclaração e entregue ao governo.

Segunda parcela

Sem grana para pagar a primeira parcela do auxílio, dado o alto número de inscritos e beneficiários com direito, o governo ainda não tem data para pagar a segunda parcela. A intenção é fazer o pagamento ainda no mês de maio, mas as datas ainda serão divulgadas.

Caixa Tem não funciona? Saiba o motivo:

A Caixa Econômica Federal informou que mais da metade dos usuários do aplicativo Caixa Tem, que dá acesso ao auxílio emergencial de R$ 600, é composta por cidadãos que não têm direito ao benefício. Segundo o banco, o aplicativo registrou milhões de acessos nos últimos dias.

Esse grande número de acessos pode ter contribuído para o mau funcionamento da ferramenta, que nos últimos dias tem recebido uma enxurrada de críticas por parte de usuários. Eles alegam que não conseguem ter acesso ao auxílio devido a falhas no sistema.

A Caixa recomenda que somente os brasileiros que receberam o auxílio emergencial pela Poupança Social Digital acessem o app Caixa Tem. Por meio de nota, o banco informou também que tem envidado todos os esforços para otimizar e acelerar o atendimento em seus canais físicos e digitais.

Os aplicativos dos bancos que permitem pedir os benefícios prometidos pelo governo federal estariam apresentando problemas pelo menos desde o dia 15. No site Reclame Aqui, as queixas contra a Caixa passaram de 1.217, entre 1º e 22 de abril do ano passado, para 6.822, no mesmo período deste ano — um salto de 460%.

Na última quarta-feira (22), críticas ao aplicativo Caixa Tem apareceram entre os assuntos mais citados no País na rede social Twitter. Nas lojas de aplicativos, as reclamações também se acumulam. Na Google Play Store, do sistema operativo Android, o aplicativo tem nota 1,8 (em escala que vai de um a cinco), em avaliação feita por 410 mil usuários. No sistema da Apple, a nota é 1,6 e foram 44,2 mil avaliações até a última sexta-feira (24).

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