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Ambientalista diz que o ideal seria que não tivesse a estrada BR-319, mas afirma que a região se adapta bem as novas tecnologias

A estrada pode ser uma ponte que liga Manaus aos outros estados ou uma flecha que pode atingir o coração da Amazônia

A questão da pavimentação da BR-319 é uma questão muito complexa. não dá pra trazer um debate superficial. A BR-319 nasceu em período em que não tínhamos o conhecimento que temos hoje e ainda assim, cometemos alguns erros na forma de como muitos veem a Amazônia, pois existe uma visão equivocada de que na Amazônia há um vazio, o que não é verdade, visto que ela nasceu em período equivocado da história política e da crise do petróleo. Nós temos uma presença humana secular na Amazônia muito forte, disse o geógrafo e mestre em Ecologia, Carlos Durigan. Ele participou de um debate na tarde desta sexta-feira (9), no quadro do Portal Tucumã “Resenha Política”.

Carlos Durigan não vê com bons olhos a pavimentação da BR-319. Segundo ele, a destruição ao meio ambiente será maior que os benefícios. “O ideal seria que não tivesse a estrada, que pode provocar invasões e aberturas de ramais, arruinando o celeiro do pescado, trazendo contaminação aos rios como foi com o rio Madeira, que é um rio quase morto”, assinala o ambientalista.

Para ele, o processo de ocupação ao longo da estrada, vai acarretar na invasão de terras públicas sem autorização, impactar diretamente no meio ambiente, fazendo com que a Amazônia perca sua imagem de como é, gerando impactos negativos. E que há todo um processo de abandono em torno da BR-319 há muitos anos, desde os anos 80, além do processo de travamento das obras.

Em sua visão, nem é preciso trabalhar com o monitoramento visto que tudo está tudo visível.

No entanto, Carlos Durigan revelou que há sim possibilidades de construir uma estrada diferenciada, com a aplicação de tecnologias que não comprometam ainda mais a degradação do ambiente. O ambientalista falou a facilidade em que a própria natureza tem em se adequar e em se adaptar as novas atividades e culturas. Ele citou o potencial de utilizar o que a própria natureza oferece oferece, e o talento em se moldar as novas culturas que lhe são empregadas.

“A estrada pode ser uma ponte que liga Manaus aos outros estados ou uma flecha que pode atingir o coração da Amazônia”

Carlos Durigan vive e atua na Amazônia há 20 anos. É engajado em diversas ações voltadas à conservação da biodiversidade, à criação e implementação de Áreas Protegidas. Participa de pesquisas multidisciplinares envolvendo estudos e trabalhos de campo em biodiversidade e sociodiversidade para subsidiar ações em Unidades de Conservação e Terras Indígenas. Atua em diversos fóruns e redes na Amazônia

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