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Arthur em São Paulo, no melhor hospital, e professores à mercê da crise em Manaus

Professores denunciam que estão sem receber desde março, por serviços prestados à Prefeitura de Manaus
Prefeito de Manaus - Arthur Neto - foto Reprodução Facebook
Prefeito de Manaus, Arthur Neto - foto: Reprodução/Facebook

Manaus – A notícia da viagem do prefeito Arthur Neto (PSDB) rumo a São Paulo, em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Aérea, no último dia 6 de julho, para a continuação do tratamento do novo coronavírus e ‘outras baterias de exames’, pegou a todos de surpresa. Isto porque ele avaliava a estrutura de saúde pública em Manaus como referência no tratamento da Covid-19. Apesar da repercussão na mídia, o fato em si já caiu no esquecimento do povo. Na contramão disso, professores da rede municipal de ensino, que não ocupam cargos políticos oriundos de Eleições, buscam reconhecimento e a garantia dos direitos trabalhistas em meio à crise imposta pelo novo coronavírus na saúde pública e economia.

Parte dos profissionais da rede municipal de ensino está sem receber salários desde março e recorrerem constantemente ao Portal Tucumã na tentativa de que, com a divulgação do descaso por parte do poder público, posam receber.

No último dia 9, cansados de falsas promessas não cumpridas pela Prefeitura de Manaus, um grupo denunciou o caso à reportagem. Eles contam que um contrato válido por um ano foi firmado junto ao órgão, porém os salários não são depositados a meses.

Sem salários, a categoria revela que é ameaçada ser submetida a processo administrativo caso deixe de trabalhar, mesmo com o sistema de Ensino à Distância (EAD), trabalhando home office, em cumprimento a decreto municipal por conta da pandemia da Covid-19.

O prefeito não gostou nada do “alvoroço” que a ida dele causou nas redes sociais e criticou duramente os veículos de comunicação por repercutirem o assunto. Ele, inclusive, divulgou no perfil pessoal no Facebook de que estava “impressionado com as tentativas de artificializar um crise” contra ele.

Arthur Neto fez questão de rebater que foi à “Terra da Garoa” em uma UTI Aérea paga com as “próprias reservas e não por governo nenhum”. A resposta causa até certa reflexão: “professores da rede municipal, necessitando de uma atenção especializada para tratamento da doença, teria condições de pagar por um transporte com UTI Aérea? Ou a estrutura de saúde pública em Manaus é benéfica a todos?”.

Este é o pensamento que paira sobre centenas de manauenses, pais e mães de família, que dedicam longas horas do dia ao ensino de crianças, jovens e adultos.

“Até o momento ele [prefeito] não cumpriu com seu compromisso firmado com a classe. Eu acho incrível que tem dinheiro para viajar a São Paulo e se cuidar, mas não faz o pagamento do nosso salário. Além disso, inventando um monte de obras sem pé e nem cabeça – investindo dinheiro em coisas desnecessárias”, comenta uma dos professores ouvidos pela reportagem no dia 9.

Um outro denunciante desabafa: “cada professor usa seu equipamento de uso pessoal, como celular e internet. Não sabemos mais para quem recorrer sobre essa situação”, contou.

Sem salários, quem paga a conta?

Prefeitura

Em nota, encaminhada ao Portal Tucumã, a Secretaria Municipal de Ensino (Semed) desmentiu a denúncia de professores sobre o atraso de salários e justificou que há apenas um “problema relacionado a cargas dobradas”.

Conforme o órgão, “está pendente o pagamento de 120 cargas, que não foram publicadas no Diário Oficial do Município devido a pendências de informações no Sistema Integrado de Gestão do Amazonas (Sigeam)”. A pasta ressalta que “o pagamento será realizado, por meio de uma folha especial, no dia 20 de julho”.

Representação

O Sindicato dos Professores e Pedagogos de Manaus (Asprom Sindical) informou ao Portal Tucumã, na última sexta-feira (10), que vai denunciar o caso ao Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE-AM), para que seja resolvido.

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