Manaus – A nova data para o Festival Folclórico de Parintins 2020, com previsão de acontecer nos dias 6,7 e 8 de novembro, ainda vem rendendo inúmeras discussão entre os frequentadores da festa.
O evento, que tradicionalmente acontece no mês de junho, foi adiado devido a pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Porém, os presidentes Jender Lobato (Caprichoso) e Fábio Cardoso (Garantido) confirmaram a nova data.
Diversas pessoas se mostraram contra a realização do evento e passaram a fazer inúmeras críticas. Entretanto, a nova do festival reacende as esperanças de movimentar a economia e a renda do município. Os artistas – escultores, figurinistas, soldadores, pintores e aderecistas – de cada agremiação ficaram sem trabalhar durante o período de pandemia.
Alex Salvador, artista de alegoria do Boi Caprichoso, rebateu as críticas feitas ao Festival de Parintins. Ele acredita que brevemente o Amazonas vai se livrar do coronavírus.
“Sei que temos vivido tempos muito difíceis. Porém, não devemos perder a esperança que logo sairemos dessa pandemia. Vários artistas querem voltar a trabalhar. Muitos dizem que é uma farra desnecessária, mas são poucos olham a verdadeira importância, ainda mais para uma cidade que tem tantos artistas desempregados com poucos horizontes em um país que menospreza sua cultura e arte”, falou Alex em tom de desabafo.
O coordenador de alegorias e artista plástico do Boi Garantido, Marialvo Brandão, falou que muitas pessoas estão enxergando os profissionais que atuam no festival como mercenários.
“Há quem diz que nossa motivação é unicamente financeira ou mercenária, mesmo com dificuldades, estou conseguindo passar por essa fase com outras fontes de renda e ainda ajudando outras pessoas. Porém somente a distribuição de cestas básicas não é suficiente. Precisamos levar em conta as diversas famílias que dependem exclusivamente da realização desse evento para prover seu sustento”, disse o artista.
Governo pede calma
Circula nos bastidores que o Governo do Amazonas admite a realização do festival. O evento seria realizado apenas com pessoas da região, sem receber turistas de outras cidades do Brasil e do mundo.
Entretanto, o governador Wilson Lima (PSC) disse em nota que só vai se pronunciar sobre o festival após avaliação das autoridades de saúde.
“O Governo do Estado do Amazonas só vai se pronunciar sobre a realização do Festival de Parintins após receber parecer das autoridades sanitárias, as únicas capazes de avaliar os riscos da exposição da população à Covid-19 em eventos do porte da festa popular”, comentou.
Além disso, Wilson ressaltou que o momento atual é para salvar vidas e livrar o Amazonas do coronavírus.
Temática
As respectivas agremiações já definiram os projetos que serão desenvolvidos na arena. Em busca do segundo título consecutivo, o Boi Garantido defende o tema ‘Somos o Povo da Floresta’, escolhido pela Comissão de Arte e assinado pelo artista plástico Júnior de Souza. O Boi da Baixa do São José irá relatar a luta dos caboclos e povos indígenas na luta pela preservação da Amazônia e relata sobre a falta de políticas públicas em torno do meio ambiente.
O Boi Caprichoso aborda o tema ‘Terra: Nosso Corpo, Nosso Espírito’, conceituado pelo Conselho de Arte e tem a palavra final do folclorista Ericky Nakanome. Inspirado na Marcha das Mulheres Indígenas, a temática é um chamamento pela preservação do planeta e levanta a bandeira de luta contra o desmatamento da floresta.
Para não deixar passar o mês de junho em branco, as respectivas agremiações realizaram uma live no dia 27 de junho, em Parintins. O evento aconteceu no Bumbódromo e seguiu todas as recomendações da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM) contra a Covid-19.
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