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Cacique Raoni e filha de Chico Mendes se unem contra Bolsonaro

O grupo pretende mandar uma carta aberta para o Congresso Nacional, em Brasília, contra as políticas públicas de Bolsonaro com o meio ambiente e as terras indígenas.
Raoni e filha de Chico Mendes
Raoni e filha de Chico Mendes

Ângela Mendes (esquerda), Cacique Raoni (centro) e Julio Barbosa (direita). Foto Helena Borges/El País

O cacique Raoni e a filha do ex-seringueiro Chico Mendes (1944 – 1989), Ângela Mendes, se reuniram na última para firmar uma aliança pública contra políticas públicas do presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) sobre as áreas ambientais e indígenas.

As duas personalidades se reuniram na última quarta-feira (15) na beira do rio Xingu, no Mato Grosso. Além de Raoni e Ângela, o evento também contou com a participação da líder indígena Sônia Guajajara.

Organizado pelo Instituto Raoni e parceiros não-governamentais, este encontro vem reunindo cerca de 320 etnias indígenas de todo o Brasil.

A reunião vem acontecendo desde o início da semana e deve acabar na próxima sexta-feira (17) após o envio de uma carta aberta para o Congresso Nacional, em Brasília, e ao Ministério Público.

De acordo com Ângela Mendes, a reunião também foi marcada pelo relançamento do programa ‘Aliança Pelos Povos da Floresta’, iniciado pelo seu pai na década de 80. Ela afirmou que o cenário atual é mais preocupante, diferente dos outros anos.

“Hoje o cenário nos preocupa muito mais do que 30 anos atrás. Mais do que nunca se faz necessária uma grande aliança. Nos juntar, somar a nossa força, minha, como filha de Chico Mendes, que continuo na luta e na defesa do legado dele, dos extrativistas que lutaram ao lado dele para se juntar ao grande legado e à grande história dos povos indígenas”, disse Ângela.

A líder indígena Sônia Guajajara afirmou que “essa aliança firmada hoje entre povos indígenas e Conselho Nacional de Extrativistas, um reconhecimento ao legado de Chico Mendes, é um momento histórico para marcar o início do ano de 2020”.

Ataques de Bolsonaro

Constantemente o presidente Jair Bolsonaro vem realizando ataques contra Raoni, cacique da etnia Kayapó. Bolsonaro chegou a dizer que Raoni não representa os povos indígenas do Brasil.

Durante o encontro, Raoni afirmou que a carta aberta vai funcionar como resposta aos ataques do presidente contra sua pessoa e aos povos indígenas.

“Acho que todo mundo sabe, o Brasil inteiro deveria saber, ele (Bolsonaro) está atacando todo mundo, não só os índios. Ele ataca os índios mais fortes ainda. Eu fiz esse encontro e dele vai sair um documento para mandar para fora (da terra indígena), para que o Brasil possa ver o que estamos fazendo, defender nossa terra, para ele parar de falar mal da gente”, explicou o cacique.

Reunião nas margens do rio Xingu, no Mato Grosso. Foto: Bruno Santos/Folha Press

Ainda segundo ele, “nós estamos reunidos aqui nessa mobilização para elaborar esse documento e eu quero pegar essa equipe para levarmos o documento até o Congresso Nacional e perguntar dele (Bolsonaro) porque está falando mal da gente”.

Resposta da Funai

A Fundação Nacional do Índio (Funai) se manifestou a respeito da reunião com os líderes ambientais e indígenas. Por meio de nota, a fundação minimizou o encontro de Raoni e falou que é um evento totalmente privado.

“Como entidade oficial do Estado Brasileiro nas questões indígenas, a Funai não participa de eventos particulares ou sequer apoia iniciativas que são alheias ao projeto governamental do órgão”, disse a nota da Funai.

Da Redação com informações da Folha de S. Paulo

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