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26 abril 2024

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Caminhoneiros podem bloquear avenidas em partes do Brasil; entenda

Alguns caminhoneiros planejam bloquear trechos de rodovias no dia 7 de setembro como parte das manifestações, a paralização geral deve ocorrer dia 18
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Caminhoneiros podem bloquear avenidas em partes do Brasil; entenda
Caminhoneiros podem bloquear avenidas em partes do Brasil; entenda

Alguns caminhoneiros planejam bloquear trechos de rodovias no dia 7 de setembro como parte das manifestações convocadas por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro . Mas isso não significa que será deflagrada em greve, afirmam líderes da categoria. Segundo eles, os caminhoneiros que falam em paralisação a partir de 7 de setembro não têm influência decisiva sobre a categoria. Essas lideranças, contudo, não descartam uma greve nacional mais tarde, ainda em 2021, mas por outras razões e que nada tem a ver com o ambiente político.

Para caminhoneiros que vão participar dos atos de rua do Dia da Independência, não é hora de misturar a manifestação política com amortecimento. Segundo eles, a principal pauta das manifestações do próximo dia 7 é a defesa da liberdade de expressão, o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e o voto impresso auditável.

Mas há muito tempo a categoria reclama de vários pontos que afetam o seu dia a dia: principalmente o baixo valor do frete e o preço alto dos compostos. Esses fatores econômicos têm sido os principais ingredientes para uma possível greve – e que também podem estimular bloqueios de rodovias na semana que vem.

Quem são os líderes de caminhoneiros que estão nas manifestações

Alguns dos principais líderes da categoria – muitos dos quais com “assento” em reuniões no Ministério da Infraestrutura – não participarão das paralisações nas rodovias neste dia 7 de setembro. Mas outra parte estará nos atos. Em Brasília, por exemplo, estarão lideranças como Aldacir Cadore, de Luziânia (GO); Janderson Maçaneiro, o “Patrola”, de Itajaí (SC); e Odilon Fonseca, de Confresa (MT).

Os líderes que participam das manifestações em Brasília explicam que vão exercer seu direito de cidadania. E, embora sejam sensíveis e apoiem a pauta dos caminhoneiros que pretendem bloquear trechos nas rodovias, são contrários à ideia de uma paralisação neste momento.

“Enquanto cidadãos, nós apoiamos o movimento [de 7 de setembro], mas não apoiamos uma paralisação de caminhoneiros, até por entendre que não há necessidade [de greve] para reivindicar essa pauta [o impeachment dos ministros do STF, o voto impresso ea liberdade de expressão] “, afirma Patrola, líder da categoria nas regiões portuárias de Itajaí e Navegantes (SC), onde atuam 3 mil autônomos.

“Quem fala em paralisação de caminhoneiro para destituir os ministros do STF não tem noção do que fala. É algo muito perigoso, porque pode deflagrar uma outra coisa”, diz Patrola. “Esse movimento [de greve] tem que ser muito bem pensado. Sabemos que o STF não vai aceitar. Vai multar, prender, retaliar, dar multa por vandalismo, tirar o registro dos caminhões e transformar em sucata, porque não tem segurança jurídica que o sindicato daria “, alerta o líder catarinense.

Patrola afirma que, para uma greve ocorrer com uma devida segurança jurídica, exigida assembleias, retificar nessas reuniões, enviá-las ao Ministério do Trabalho explicando os problemas da categoria. Caso contrário, os caminhoneiros podem ser multados, como ocorreram na greve de 2018.

Outra liderança dos caminhoneiros, Odilon Fonseca diz ser favorável às pautas que serão defendidas por caminhoneiros que querem uma paralisação e que pretendem bloquear trechos de rodovias. Mas ele pede mais diálogo antes de discutir uma greve nacional.

Quais regiões do país podem ter bloqueios de rodovias

Neste momento, as regiões do país com maior possibilidade de bloqueios nas rodovias durante o 7 de setembro são: a Grande Curitiba, o Oeste catarinense, Goiás, o entorno de capitais do Nordeste e o interior da Bahia, especialmente nos arredores do município de Luís Eduardo Magalhães.

O líder caminhoneiro Patrola avalia, contudo, que a tendência é que as estradas bloqueadas sejam desobstruídas ao longo do 7 de setembro, por serem atos produzidos por caminhoneiros sem poder de liderança na categoria.

“Acredito que sim [as rodovias serão liberadas ainda durante o feriado em caso de obstrução], até porque a PRF [Polícia Rodoviária Federal] vai intervir. Acredito que vai ter uma resolução muito rápida dos piquetes por causa. O pessoal acha que a polícia vai abraçar o caminhoneiro, mas não vai “, diz Patrola.

Segundo ele, quem patrocina a paralisação dos caminhoneiros em 7 de setembro é o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja), Antonio Galvan. “O Galvan fala, em um monte de vídeo, que vai financiar o movimento. Ficou fácil para o agronegócio falar em greve de caminhoneiro. Não tem mais um grão de soja nos silos para carregar”, diz o caminhoneiro catarinense, referindo-se ao fim da safra de soja.

Qual é a política dos caminhoneiros

Lideranças dos caminhoneiros têm irritação com decisões de ministros do STF – sobretudo Alexandre de Moraes – deflagradas em grande maioria dentro dos inquéritos das notícias falsas e dos chamados “atos antidemocráticos”.

“A pauta do 7 de setembro é a defesa da liberdade de expressão, a troca dos 11 ministros [do STF] e o voto auditável”, diz Odilon Fonseca. Ele defende que ministros não sejam indicados pelo presidente da República, fiquem apenas oito anos no cargo e sejam todos juízes de carreira concursados. E ele afirma que isso tem de ocorrer de forma democrática, por meio de um processo de impeachment feito pelo Senado, como manda a Constituição, não por uma intervenção militar.

“Ninguém é contra o Supremo. Só é contra o que os ministérios estão fazendo com a Constituição. Por que ela não é cumprida como se deve? Por que mudam o entendimento da Constituição para o beneficiário bandido?”, Critica Odilon.

A adesão para as manifestações de 7 de setembro ganhou após força a operação da Polícia Federal (PF) que cumpriu mandados de busca e apreensão contra o cantor Sérgio Reis; o deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ); o presidente da Aprosoja, Antonio Galvan; o caminhoneiro Marcos Antônio Pereira Gomes, o Zé Trovão, e outras seis pessoas. Sérgio Reis convocou caminhoneiros para os atos.

Mesmo sem conhecer o cantor e outros envolvidos, Odilon diz que uma operação da PF foi recebida como um “combustível” para as manifestações. “É um crime contra a liberdade de expressão. O Alexandre de Moraes incendiou a categoria, colocado lenha na fogueira. Eu estarei em Brasília, mas outros estarão se manifestando em suas cidades, regiões.”

Qual é a agenda econômica dos caminhoneiros

Os problemas econômicos dos caminhoneiros são fatores que, desde o ano de 2018, levam a categoria a cogitar a deflagração de uma nova paralisação nacional. Um desses principais problemas é o preço do óleo diesel, que tem sofrido sucessivos reajustes. Há ainda a questão do valor do frete, considerado baixo.

Além de um combustível mais barato e um frete mais alto, os transportadores autônomos também reivindicam pautas regulatórias, como o marco legal da categoria, projeto que aguarda relatoria do senador Luiz do Carmo (MDB-GO).

Também há uma agenda logística, como a contratação direta entre embarcador e o caminhoneiro. O Senado, aliás, pode analisar nesta terça-feira (31) uma Medida Provisória (MP) 1.051, que cria e regulamenta o Documento Eletrônico de Transporte (DT-e). Esse documento unifica cerca de 20 documentos exigidos para transporte de transporte de carga.

Segundo parte dos caminhoneiros, o problema da MP são os dispositivos que foram incluídos no texto por parlamentares, modificando a redação original. A MP 1.051 propõe anistia até 31 de maio às transportadoras e embarcadoras que não tenham cumprido com o piso mínimo de frete, previsto na Lei 13.703 / 18. Outra crítica é a permissão de o caminhoneiro autônomo contratar uma associação ou sindicato para administrar seus direitos relativos ao frete. O sindicato ou associação contratado passaria a ser responsável pelas obrigações fiscais e pelo recolhimento de tributos.

Para caminhoneiros, isso dá autonomia para os embarcadores administrarem o frete e a coleta dos autônomos contratados diretamente. Algumas lideranças da categoria têm chamado esse dispositivo de “uberização” do caminhoneiro , por precarizar a atividade.

A MP 1.051 erigida emendas para que esse ponto seja retirado do texto. Mas, segundo informações de lideranças de caminhoneiros, haveria tendência de esse trecho ser mantido pelo relator, senador Wellington Fagundes (PL-MT).

Um dos líderes da categoria, Aldacir Cadore avalia que a aprovação do DT-e com o trecho da “uberização” do caminhoneiro seria um estímulo para mais caminhoneiros paralisarem em 7 de setembro e discutirem uma greve nacional. “Se for aprovado e sancionado do jeito que está, teremos uma adesão ainda maior”, diz ele.

Categoria está dividida, mas líderes querem discutir greve em 18 de setembro

Uma unidade da categoria para deflagrar uma greve de caminhoneiros está longe de ocorrer. Na agenda política, nem todos os caminhoneiros são favoráveis ​​às manifestações de 7 de setembro tampouco aos bloqueios de rodovias.

É o caso do presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, o “Chorão”, líder da greve em 2018. “Não me envolvo em pauta política. Esse movimento é totalmente político. Por que o agro quer usar os caminhoneiros como massa de manobra? Como vamos apoiar um chamamento da Aprosoja, organizada pelo Galvan, junto com alguns caminhoneiros celetistas? “, critica.

Quanto à pauta econômica, a categoria se divide entre aqueles que cobram o cumprimento do piso mínimo de frete e a revisão da política de preços da Petrobras, e outros que defendem uma agenda liberal com a contratação direta entre caminhoneiro e os embarcadores.

Patrola é um dos que discorda das críticas de “uberização” à MP 1.501. “Estamos deixando de ficar na mão das transportadoras, da subcontratação, e indo negociar diretamente com o embarcador. Onde é que está a prisão nisso? Ou somos prisioneiros e não podemos fazer a gestão do nosso próprio negócio?”, Questiona.

O trecho sobre anistia às transportadoras que descumpriram o piso mínimo também é defendido por Patrola. “De nada vale eu ter a contratação direta se eu tiver um processo contra o embarcador, porque o embarcador não vai me contratar”, exemplifica.

Para se chegar ao mais próximo de um consenso, a categoria costura uma reunião para 18 de setembro, em Brasília, com a maioria dos líderes.

Chorão é quem tem capitaneado a articulação. Ele buscou lideranças como Marcelo Paz, que atua no Porto de Santos (SP); Marconi França, do Recife (PE); e Patrola, de Santa Catarina. “Primeiro, vamos reunir com líderes dos estados e, juntos, vamos caminhar com mãos dadas e unidos”, explica Chorão.

É dessa reunião que Patrola acredita na possibilidade de que uma greve nacional pode ser deliberada e agendada até dezembro. “Se nós construirmos uma pauta e uma proposta para apresentar ao governo, existem, sim, chances de termos uma paralisação ao fim do ano”, afirma. “O Onyx [Lorenzoni, ministro do Trabalho] está com a pulga atrás da orelha. A mobilização está ocorrendo dentro da liderança nacional, eles [governo] sabem disso.”

Com informações via Gazeta do Povo

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