Manaus (AM) – Construído durante a era de ouro do Ciclo da Borracha (1880 e 1910), o Hotel Cassina foi um dos prédios mais luxuosos construídos no fim do século XIX e início do XX no Amazonas. Em estilo eclético, o hotel está localizado na atual rua Bernardo Ramos, no Centro Antigo de Manaus, e pertencia ao comerciante italiano Andrea Cassina.
Com o declínio da extração gumífera, o hotel entrou em decadência e passou a ser conhecido pejorativamente como Cabaré Chinelo, até finalmente chegar a condição de um prédio abandonado, em ruínas. No prédio se hospedou personalidades da época como Galvez, o Presidente do Estado Livre do Acre; o escritor, político e professor brasileiro, Coelho Neto; Marechal Cândido Rondon e p político e militar idealista brasileiro Plácido de Castro sendo oferecido a este último um jantar de gala por seus amigos e admiradores.
A sua entrada principal ficava fronteira ao jardim da referida Praça da República, atual Praça D. Pedro II, avistada pelas janelas da frente, com seus canteiros floridos e gramados, fonte e estátuas, árvores tropicais e coreto dos quais ficava separado pela largura da rua São Vicente.
O Hotel Cassina era todo iluminado por luz elétrica; os banheiros com chuveiros com água quente ficavam situados no primeiro andar. O lugar dispunha de 45 quartos. O salão de jantar era capaz de receber 150 pessoas, com um menu de primeira ordem.
Com o tempo caiu de nível, e na década de 1960 funcionava como o célebre Cabaret Chinelo, onde se entrava até descalço. É considerado um bem que integra o Patrimônio Cultural de Manaus, tendo sido incluído no Decreto da Prefeitura Municipal de Manaus, sob o nº. 7.176, de 10/01/2004, como Unidade de Preservação do 1º. Grau.
Restauração
Em 2019, um projeto para reativar mais de 70 prédios públicos de Manaus foi posto em prática. As fachadas foram limpas, elementos históricos mantidos e seu interior revitalizado. O espaço agora comporta o novo centro de inovação, digitalização e preparação da região. Além disso, é um marco na criação do Polo Digital de Manaus, que oferecerá capacitações profissionais, oficinas na área da Indústria 4.0 e apoio para startups que querem empreender no estado.
O Casarão Cassina possui salas de reuniões, espaço coworking com 54 estações destinadas a equipes de quatro a seis pessoas, sala de amostra, duas salas de cocriação, lounge, sala de formação e espaço café. Ao longo da instalação, jardins naturais podem ser encontrados no terraço, primeiro pavimento, térreo e subsolo. O agendamento para uso dos espaços é diário, no período de 9h às 17h.
A intervenção arquitetônica no Cassina foi projetada para dar ao visitante, usuário e público em geral o valor da memória popular e cultural associado ao bem histórico na construção do centro de inovação que promete ingressar a capital amazonense na economia 4.0 e na rota de empresas inovadoras.
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