[views count="1" print="0"]

Chuva: por falta de espaço, velório de 11 da mesma família é dividido em grupos

Foto: Emerson Paixão/TV Globo

Uma forte comoção marcou o velório, nesta segunda-feira (30), das 11 pessoas da mesma família que morreram após deslizamentos de barreiras em Jardim Monte Verde, no limite entre o Recife e Jaboatão dos Guararapes, ocorrido no sábado (28) devido às fortes chuvas que atingem a Região Metropolitana. Os corpos são velados no Cemitério de Santo Amaro, na área central da capital.

As fortes chuvas que atingem o Grande Recife e a Zona da Mata desde o dia 23 de maio deixaram, ao menos, 93 pessoas mortas e 6.170 desabrigados. Nesta segunda-feira (30), havia 26 desaparecidos. Além disso, 14 cidades decretaram situação de emergência, que foi reconhecida pelo governo federal em edição extra do Diário Oficial da União.

Como o espaço não era suficiente para velar os 11 familiares ao mesmo tempo, o velório foi dividido em partes. Alguns caixões eram retirados do local antes e recolocados em outra área para que os corpos de outras vítimas da família fossem velados na área.

No início do funeral, pai, mãe e três filhos foram velados juntos. Durante a tarde, os outros corpos das vítimas da mesma família não paravam de chegar. O último corpo chegou no cemitério às 17h, depois de mais de três horas do início do velório, que começou por volta das 13h.

No final da tarde, por volta das 17h10, foi feita uma oração. Depois, um parente pediu a palavra e disse: “Que Deus abençoe todos as vítimas não só dessa família, mas da tragédia inteira. Por mais que o governo não olhe por nós, Deus olha por nós”.

Por volta das 18h, os primeiros corpos foram enterrados. Por causa do pouco espaço no local, eles foram divididos em grupos. Ao todo, quatro túmulos foram utilizados para enterrar as 11 vítimas da mesma família.

Outras vítimas da tragédia em Jardim Monte Verde também foram veladas e enterradas no Cemitério de Santo Amaro. De acordo com funcionários da administração do cemitério, a expectativa era de que, ao menos, 25 corpos de vítimas desse deslizamento de barreira seriam sepultados no local.

Às 18h35, o último corpo foi enterrado sob um céu escuro e nublado, deixando algumas pessoas tensas com a possibilidade de mais chuvas. Entre os presentes, era possível ouvir vários cochichos: “Será que vai chover de novo?”.

Nunca viu nada igual

“Já vi alguns deslizamentos ao longo da minha vida. Mas como esse, nunca”. O relato é do supervisor Almir Gonçalves, de 39 anos. Ele foi uma das pessoas que tentou ajudar no resgate dos corpos das 11 vítimas da mesma família, em Jardim Monte Verde.

Ao todo, sete casas foram atingidas num dos pontos do deslizamento de barreira. “A minha esposa é prima de alguns desses familiares. São da família dela, mas a gente acaba se envolvendo e eu ajudei, assim como ela, no resgate dos corpos. Foi tudo muito difícil”, contou.

Fonte: G1

Tags:
Compartilhar Post:
Especial Publicitário
plugins premium WordPress