[views count="1" print="0"]

OAB acompanha investigação sobre participação de PM na morte de mulher trans para que caso não figure apenas como estatística

O caso está sendo acompanhado junto à advogada da família de Manuela Otto, para que não seja mais um número na estatística de crimes da categoria LGBTQIA+

Manaus – O assassinato da mulher trans Manuella Otto, encontrada morta no quarto de um motel, na madrugada de sábado (13), no bairro Monte das Oliveiras, zona Norte da capital, vem ganhando novos capítulos nos últimos dias. A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Amazonas (OAB-AM) tem acompanhado o caso junto à advogada da família de Manuela Otto, para que não seja mais um número na estatística de crimes na categoria LGBTQIA+.

A advogada e membro da Comissão de Direitos Humanos, Esteffany Duque, relata que a OAB-AM já entrou em contato com a mãe da vítima e se colocou à disposição dos familiares e amigos.

”Estamos acompanhando de perto todos os procedimentos sobre o caso da Manuela, para que esse caso não seja só mais um dentre tantos que não foram solucionados e cometidos contra pessoas trans”, disse a advogada.

Linha de investigação

Para o delegado Charles Araújo, da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), o cabo Jeremias da Costa Silva, de 27 anos, lotado na 12ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom), da Polícia Militar do Amazonas, adota um comportamento que faz dele o principal suspeito de ser o autor do assassinato.

O cabo se apresentou na delegacia, para esclarecimentos, na noite de domingo (14), horas após o período de prisão em flagrante, que é de 24 horas após o crime – que ocorreu na madrugada de sexta (12) para sábado (13).

O PM se recusou a mostrar imagens do próprio corpo durante depoimento. O pedido foi solicitado baseado nas imagens das câmeras de segurança do motel onde ocorreu o crime, que mostra o momento em que o suspeito sai do veículo sem blusa, sendo possível visualizar uma tatuagem nas costas.

Mãe pede Justiça

A mãe da vítima, Hilma Silva, concedeu uma entrevista exclusiva ao Portal Tucumã na tarde da última quarta-feira (17).

Ela relembra que descobriu a morte da filha após receber uma ligação do Instituto Médico Legal (IML). Além disso, Hilma falou sobre o drama no momento que Manuela Otto não atendia suas ligações.

“Torço para que esse crime não caia no esquecimento e que minha filha não seja apenas uma estatística. Ele [assassino] deve ser punido e venha pagar pelo crime. O fato de ele ser policial não significa que ele fique impune”, desabafa.

O crime

Manuela foi encontrada nua, no chão do quarto do motel. Ela foi assassinada com dois tiros, sendo um no braço esquerdo e outro nas costas, esse último atravessando o tórax.

O principal suspeito do crime, ainda não identificado pela polícia, deixa o local em um carro modelo Prisma, de cor branca e placas PHJ-1418. O carro pertence ao cabo Jeremias da Costa Silva.

‘Nós por nós’

A ativista LGBTQIA+ Bruna La Close usou as redes sociais para expressar sua indignação com a morte de mais uma mulher trans em Manaus e também para cobrar a prisão do autor do crime.

“Manuella Otto mais uma de nós, assassinada com um tiro nas costas. Será que veremos solução? Seremos novamente apenas estatística, só mais uma notícia para encher linguiça nos meios de comunicação? É nessas horas que a união da nossa comunidade faz toda diferença para juntos buscamos melhorias de dignidade pelo direito de viver. É NÓS POR NÓS!”, pontuou Bruna.

Foto: Reprodução

Tags:
Compartilhar Post:
Especial Publicitário