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Comissão federaliza investigações sobre mortes de Bruno e Dom

Colegiado também defenderá apuração sobre o assassinato do funcionário da Funai Maxciel Pereira, em 2019, nesta quarta-feira (6)
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(Foto: Geraldo Magela/Agência Brasil)

*Agência Senado

Atalaia do Norte (AM) – A comissão temporária que investiga os assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, no dia 5 de junho, aprovou nesta quarta-feira (6) o relatório sobre a diligência em Atalaia do Norte (AM) e Tabatinga (AM), feita na semana passada. Com base no relatório, a comissão vai pedir à Justiça Federal e ao Ministério Público a federalização das investigações.

O colegiado também defenderá que a apuração sobre o assassinato do funcionário da Funai Maxciel Pereira, em 2019, sejam anexados à investigação, assim como dados sobre as ameaças relatadas desde o início do ano no Vale do Javari, onde ocorreram as mortes de Bruno e Don. De acordo com o relator da comissão, Nelsinho Trad (PSD-AM), que recentemente se reuniu com o procurador-geral da República, Augusto Aras, o Ministério Público Federal tem o mesmo entendimento sobre a federalização das investigações.

Segundo o vice-presidente do colegiado, Fabiano Contarato (PT-ES), que assumiu a relatoria após Trad apresentar sintomas de covid, a comissão está atenta especialmente, à eventual coordenação de mandantes nas mortes de Dom e Bruno.

“Há uma gritante ausência do Estado brasileiro na região, cuja economia é em grande parte dominada pelo poder do tráfico de drogas e da exploração ilegal dos recursos naturais das terras indígenas, como minerais, madeira, pescado e caça. O crime exerce um controle de fato sobre as atividades, que envolvem o financiamento de expedições, cujos elevados custos com combustível, embarcações, mantimentos e outros insumos são demasiadamente caros para que possam ser suportados pelos humildes habitantes daquele local. Mesmo a morte e o ocultamento dos corpos e pertences de Dom e Bruno envolveram os esforços de várias pessoas, o que desperta um justificado receio de que tenha havido coordenação e um mandante”, disse Contarato.

Na próxima semana, a comissão vai se reunir com familiares de Bruno e Dom e com o subprocurador-geral da República Carlos Frederico, indicado para a investigação do caso.

O presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou que os senadores constataram pessoalmente o abandono do Vale do Javari pelo Estado brasileiro. Uma situação que traduz, segundo ele, uma política deliberada do atual governo de desmonte das estruturas de fiscalização na Amazônia.

“Ficamos particularmente impressionados com as ameaças que existem aos povos indígenas isolados e aos povos indígenas como um todo. O Estado, por opção, deixou de existir no Vale do Javari. Não existe Ibama, os indigenistas são ameaçados, o contingente da Polícia Federal é pequeno. A Amazônia foi liberada para todos os tipos de crimes, foi entregue a criminosos”, lamentou Randolfe.

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