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Covid-19: Auditor do TCU diz que pai militar repassou dados falsos a Bolsonaro

O Tribunal de Contas da União (TCU) nunca questionou os dados de óbitos por Covid-19 no Brasil, que já fez 479.792 vítimas
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Foto: Adriano Machado/Reuters

Manaus – O auditor Alexandre Figueiredo Costa e Silva confessou à sua chefia imediata no Tribunal de Contas da União (TCU) que foi ele o autor das análises que levaram o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a divulgar a notícia falsa de que o órgão questionava as mortes por Covid-19 no Brasil.

A informação foi divulgada pela colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo, na manhã desta quarta-feira (09).

De acordo com informações preliminares já encaminhadas à corregedoria do tribunal, o auditor relatou que comentou o teor de suas análises pessoais com o pai, que é militar e amigo pessoal de Bolsonaro.

O pai, segundo o auditor disse a seus chefes, teria enviado o texto ao presidente. A corregedoria, comandada pelo ministro Bruno Dantas, encaminhará um relatório à presidente do TCU, Ana Arraes, propondo a abertura de um processo disciplinar contra Costa e Silva para que a investigação possa ser aprofundada, com a tomada de depoimentos dos envolvidos.

Costa e Silva deve ser afastado cautelarmente do cargo de auditor pela presidente, para poder assim responder ao processo.

“Em primeira mão aí para vocês. Não é meu. É do tal de Tribunal de Contas da União. Questionando o número de óbitos no ano passado por Covid. E ali o relatório final não é conclusivo, mas em torno de 50% dos óbitos por Covid ano passado não foram por Covid, segundo o Tribunal de Contas da União”, diz Bolsonaro na conversa com apoiadores.

Desmentido pelo TCU, o presidente reconheceu na terça (8) que a informação que passou ao público não era verdadeira. E afirmou ser ele mesmo o autor de uma tabela que foi divulgada questionando as mortes, com base em um “acórdão” do TCU.

As análises de Costa e Silva nunca chegaram a integrar qualquer relatório do TCU. Elas foram apenas postadas em um sistema de comunicação interno dos auditores –e prontamente recusada, por falta de solidez técnica.

O TCU, assim, nunca questionou os dados de óbitos por Covid-19 no Brasil, que já fez 479.792 vítimas.

Com informações da Folha de S. Paulo

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