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Dançarinos de Caprichoso e Garantido relembram coreografias marcantes por meio das redes sociais

A iniciativa de dançarinos e coreógrafos é uma forma de amenizar a saudade do Festival de Parintins em tempos de pandemia da Covid-19
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Manaus – O Festival Folclórico de Parintins foi um dos eventos impactados com a pandemia do novo coronavírus (Covid-19). A festa é tradicionalmente realizada no mês de junho, mas em 2020, pela primeira vez na história, o evento precisou ser adiado. Enquanto isso, coreógrafos e dançarinos dos bois Caprichoso e Garantido utilizaram as redes sociais como ferramenta para amenizar a saudade do festival.

As filmagens estão sendo realizadas em Manaus e Parintins, cada dançarino apresenta uma coreografia que é considerada marcante na história do bumbá. O conteúdo é divulgado em plataformas digitais como YouTube e Facebook.

Erick Beltrão, 33, coreógrafo e pajé oficial do Boi Caprichoso, foi o pioneiro a ensinar as coreografias do bumbá durante a pandemia da Covid-19. O artista conta como aconteceu esse processo.

“O canal do Corpo de Dança Caprichoso (CDC) foi o pioneiro em relembrar as coreografias desde o início da pandemia. Começamos a ensinar o passo a passo desde o início da pandemia para a galera aprender. Nós demos continuidade a esse projeto e resolvemos trazer as coreografias dos anos 2000 até a atualidade. Esse momento foi propício para mostrar os movimentos certos para quem dançava errado”, disse.

O dançarino Derison Mourão gravando coreografia – Foto: Divulgação/CDC Parintins

Para a gravação dos vídeos, Erick Beltrão conta com o apoio dos dançarinos Derison Mourão, Patrick Rodrigues, Aryson Leonardhy, Tallyne Beltrão, Lucas Reis e Tainá Lopes.

A dança foi um dos setores afetados pela Covid-19. Ele ressaltou que muitos artistas precisaram se reinventar para driblar a dificuldade financeira durante o período de pandemia.

“É muito difícil, principalmente para quem trabalha com a dança, driblar essa pandemia. Muitos dançarinos se viram como podem e tiveram que se reinventar. Os vídeos no YouTube é uma forma de visibilidade muito grande, temos fé que tudo vai melhorar e pretendemos deixar um legado”, reitera.

Erick Beltrão começou a trajetória no Boi Caprichoso como dançarino em 2000. Com o passar dos anos ele foi promovido a coreógrafo e tornou-se um dos responsáveis pela performance tribal do bumbá na arena. Em 2020 o artista foi nomeado como pajé oficial.

Projeto idealizado

O coreógrafo do Boi Garantido, Élio Siqueira, 43, possui uma longa trajetória no Festival Folclórico de Parintins. Ele relembra que o projeto de divulgar suas coreografias surgiu há muitos anos, mas somente em 2021 conseguiu colocar em prática.

“Em 2018 fui para o Caprichoso e tínhamos a ideia de fazer os vídeos. Mas como estava na agremiação e a maioria do trabalho foi feito no Garantido, não tínhamos como fazer toadas do vermelho com dançarinos do Caprichoso. Também não podíamos pedir para os dançarinos do Garantido fazerem o trabalho porque eu estava no azul. Quando voltei para o vermelho, em 2020, convidei alguns amigos, passei a ideia e toparam fazer esse trabalho”, falou.

Além de trabalhar no bumbá vermelho, Élio Siqueira também é professor de dança no Liceu de Artes Cláudio Santoro. O artista recebeu ajuda de amigos e a diretoria da agremiação para driblar a pandemia.

Élio Siqueira (máscara preta) nos bastidores de gravações no Bumbódromo – Foto: Divulgação/Facebook

Os vídeos contam com os dançarinos Danilo Bentes, Wellington Bertino Silva, Carla Santos, Danny Monte Verde, Kaká Tavares, Thiago Andrade, Rodrigo Cabral e tem a participação da porta-estandarte Edilene Tavares.

O artista destaca que tem mais de 100 coreografias no Boi Garantido. Ele contou ao Portal Tucumã como iniciou sua trajetória no bumbá.

“Eu nunca quis ser coreógrafo, queria apenas me divertir, mas sempre que precisavam eu estava lá para ajudar na criação. Quando perguntaram se eu garantia exercer a função, topei o desafio e assumi o cargo em 1997. Logo no primeiro ano comandei um grupo com mais de 100 pessoas na arena”, conta.

Reunião de amigos

As festas de boi-bumbá também é um momento para reunir os amigos e ouvir boa toada. Foi com esse pensamento que o dançarino Alther Aller, 27, iniciou o projeto Ritmos das Cores, em Parintins.

“Essa ideia surgiu no momento estava em casa ouvindo uma toada e fui no procurar a coreografia no YouTube, mas não encontrei. Liguei para uma amiga e perguntei se ela topava criar um canal para divulgar as coreografias que caíram no esquecimento. De cara aceitou”, falou.

O projeto Ritmo das Cores conta com ajuda de Taiana Rodrigues, Péricles Brasil, Pablo Rossi e Lourdes Xavier.

Bastidores de gravação na Praça da Liberdade, em Parintins – Foto: Divulgação/Facebook

O Ritmo das Cores já realizou uma live para celebrar o início do projeto. Alther explicou que o retorno do público está sendo positivo e novos trabalhos virão pela frente.

“Graças a Deus estamos sendo bem aceitos pelo público. Devido a pandemia, nós realizamos lives e divulgando os vídeos. Expectativa é a melhor de todas. Torço para que nosso canal continue crescendo e possamos continuar levando alegria por meio da dança”, conclui.

Alther Aller é dançarino do CDC Parintins e tem participação ativa no setor coreográfico do Boi Caprichoso, seja no palco ou nos bastidores.

Foto: Divulgação/Facebook

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