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Dia da Imprensa: profissionais que perderam a vida para a covid-19

No Dia da Imprensa, comemorado nesta terça-feira (1º de junho), lembre-se dos jornalistas que perderam as vidas para a Covid-19
Dia da Imprensa: profissionais que perderam a vida para a covid-19
Dia da Imprensa: profissionais que perderam a vida para a covid-19

Em tempos de pandemia a função dos profissionais de imprensa se tornou um tormento, visto que nunca se repetiu tanto um mesmo assunto, “Covid-19”. Com as novas tecnologias, o acesso à informação nunca foi tão importante, visto que o profissional de imprensa precisou exercer suas atividades de apuração, produção e interpretação de tudo o que estava acontecendo no mundo de forma a treinar as pessoas sobre os protocolos de saúde e ainda mostrar a realidade do momento em que o mundo vive sem deixar as pessoas em pânico.

O assunto novo e pouco conhecido, todos, sem exceção, precisaram aprender o que era a doença e como deveriam se comportar diante de tantos novos protocolos que passaram a ser seguidos. A Covid-19 também trouxe a necessidade de moldar uma nova faceta ao encarar os veículos de comunicação, na linha de frente, sabendo que alguém, muitas vezes, na própria familía, estava passando pela maior crise sanitária da última década.

Na faculdade aprendemos que precisamos ser impaciais. Mas como lidar com isso quando o assunto envolve pessoas tão próximas da gente?

Nos último dois anos os profissionais de imprensa do mundo inteiro precisaram se fortalecer para dar as notícias das mortes como se estivéssemos vivendo uma guerra – que sim, isso é de fato uma guerra sem precedentes – sem que se transparecesse o cenário. São muitas mortes para serem noticiadas e isso desestrutura o emocional de qualquer profissional.

Johns Hopkins, tinha 40 anos e faleceu na cidade portuária de Guayaquil. Ele era jornalista, trabalhou durante sete anos na seção de esportes do jornal equatoriano El Telégrafo, e sua última crônica foi a de sua própria morte

Entre tantos amigos, parentes e conhecidos existem também os colegas de profissão, seus maridos, esposas, irmãos, que perderam a batalha para essa Covid-19 e suas variantes, que até agora ainda trazem muitas interrogações e questionamentos

O jornalistas Lauro Freitas Filho tinha 61 anos e era editor-chefe do Monitor Mercantil, onde trabalhava desde 1988. Quatro dias depois, foi a vez do peruano Ricardo Gutiérrez Aparicio, integrante do Colegio de Periodistas de Lima.

De acordo com a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) a Covid-19 mata mais de um jornalista por dia na América Latina; a região é o local em que a pandemia é mais fatal para a imprensa. A primeira morte registrada de jornalista da América Latina ocorreu em 28 de março de 2020.

Segondo a Fenaj, três países latinoamericanos lideram o ranking de mortes de jornalistas pela Covid-19: Peru (135), Brasil (113) e México (89). Equador (42) e Colômbia (38) também fazem parte do top-10 global.

De acordo com levantamento da Fenaj, 169 jornalistas profissionais morreram entre abril de 2020 e março de 2021 vítimas da covid.

Apesar de representar pouco mais de 2% da população mundial, o país responde por mais de 10% dos óbitos.
São Paulo é o Estado com maior número absoluto de casos, mas chama a atenção a incidência no Estado do Amazonas, que com uma população dez vezes menor (4,2 milhões em AM contra 44,6 milhões em SP) registra o
mesmo número de casos 14 mortes em cada estado.

Somente no dia 29 de março, três profissionais da imprensa perderam a batalha contra o novo coronavírus no país. Um deles foi Luiz Fernando Fedeger. Aos 78 anos e com carreira como locutor esportivo, ele era dono do jornal semanal Impacto Paraná. Por causa da Covid-19, permaneceu internado por 49 dias no Hospital Nossa Senhora das Graças, em Curitiba. Ele deixou mulher, cinco filhos e oito netos, informa o site Banda B.

Colunista social em São Luís, capital do Maranhão, a jornalista Rosenira Alves também morreu por causa de complicações do novo coronavírus. Aos 60 anos, ela foi internada há duas semanas e, posteriormente, chegou a ser intubada. A morte fez a prefeitura de São Luís divulgar nota de pesar. “Uma vida pautada pela ética profissional e pelo bom relacionamento na imprensa”, lamentou o Executivo municipal, registra o portal G1.

O jornalista e memorialista, Anísio Gorayeb, faleceu em 21 de março. A morte do jornalista impactou os cidadãos do estado de Rondônia.

Anisinho, como era conhecido, transmitiu a história de Rondônia à população.Centenas de pessoas se manifestaram nas redes sociais prestando-lhe homenagens

Fora do grupo de risco pelo fator idade, Denilson Pinto, de 53 anos, foi o terceiro jornalista brasileiro a perder a luta contra a Covid-19. Com experiência em reportagens e assessoria de imprensa em Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, ele ficou nove dias internado em hospital da cidade. Hospitalizado por causa da doença viral, o comunicador sofreu parada cardíaca.

Em Manaus muitos profissionais perderam a batalha para a Covi-19.

Aos 61 anos de idade, Coraci Fernandes dos Santos não resistiu às complicações causadas pelo coronavírus e morreu em 18 de fevereiro, em Manaus. Ele foi militante político e chegou a atuar como dirigente do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), onde exerceu várias funções.

A jornalista Clara Mercedes Guzman Daza, 58 anos, morreu no dia 13 de março, vítima da Covid-19. De nacionalidade boliviana, faleceu um dia após a morte do seu companheiro, Juan Bernabe Guerrero, também pela Covid-19, na cidade de Manaus, capital do Amazonas.

Mercedes era da turma de 1982, do curso de Comunicação Social, no antigo Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), da Universidade do Amazonas – antiga UA. Ela trabalhou no extinto Jornal do Norte. No Blog da Floresta, ganhou projeção na carreira, aliando produção e estilo jornalístico próprios.

Jornalista Ary José Aleixo era filiado como repórter-cinematográfico, desde 2007, ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Amazonas

O ex-coordenador de comunicação da Câmara Municipal de Manaus (CMM), Ary José Aleixo, após complicações em decorrência da Covid-19 também perdeu para a doença e morreu no dia 1º de março, deste ano.

Jornalista Agnaldo de Oliveira Gomes Júnior

O jornalista amazonense Agnaldo Oliveira Gomes Júnior morreu vítima de complicações causadas pela Covid-19, na manhã de 4 de janeiro.

Formado pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM), ele foi repórter na Rede Amazônica e gerente de jornalismo do canal de televisão Amazonsat.

Outro profissional que perdeu a batalha para a doença foi Israel Pinheiro, que ciente do colapso na saúde deixou um post na rede social. Israel Pinheiro, tinha 38 anos, e morreu no dia 14 de janeiro. Ele escreveu na rede social:

“Combati o bom combate. Guardei a fé, terminei bem a corrida que me foi proposta. Estou voltado para casa do Pai, como filho”.

A jornalista Izinha Toscano morreu na noite desta 6 de janeiro deste ano, aos 31 anos. Jornalista e cientista social, graduada pela Ufam (Universidade Federal do Amazonas.

Para os colegas, Izinha era considerada uma pessoa tímida, mas carinhosa, amável e de muita sensibilidade.

Profissional premiada, se destacou no Prêmio Onça Pintada, que premiava reportagens sobre sustentabilidade na Amazônia

No dia 10 de abril, mais um colega jornalista perdeu a vida para a Covid-19, o radialista Rosivaldo de Souza Ferreira morreu por complicações do novo coronavírus. Em mais de 50 anos de profissão ele ficou conhecido pela voz que narrava a “Oração da Manhã”, tocada diariamente na abertura do “Jornal da Manhã”, da Rádio Difusora do Amazonas.

Rosivaldo deu voz as chamadas da programação do grupo Rede Amazônica e sua morte deixou um grande vazio no meio midiático

A trajédia abateu repórteres, fotográfos, cinegrafistas e muitos outros profissionais da comunicação que doaram suas vidas para informar, entreter e comunicar com os cidadãos.

Para todos eles, a importante função de informar para ajudar os cidadãos a compreender os processos do governo, conscientizar e explicar a forma como serão afetados com determinadas situações não foram e não devem ser em vão.

No Dia da Imprensa, comemorado nesta terça-feira (1º de junho), que possam ser lembrados pelo importante papel exercido em prol da sociedade. Por sua dedicação e disponibilidade em promover democracia. Não sabemos ao certo, mas pelo menos 93 profissionais da imprensa morreram por Covid-19 entre o início da pandemia, em 2020. Em todo o mundo morreram 712 profissionais, segundo dados oficiais.

Leia também: Liberdade de Imprensa: pelo menos 83 governos usaram violência contra críticos na pandemia da Covid-19

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