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Dia dos Pais com pais ausentes: como lidar?

A psicoterapeuta Helen Mavichian dá 5 dicas para que mães e adultos responsáveis possam acolher crianças e adolescentes que não possuem a figura paterna
Foto: Ben White/Unsplash

Manaus (AM) – Uma pesquisa australiana com quase 5 mil crianças relaciona a incidência de sobrepeso e obesidade infantil com a negligência dos pais. Os pesquisadores que associam a saúde psíquica com doenças físicas já apontaram que a figura paterna tem grande relevância no desenvolvimento infantil. A verdade é que carinho, atenção e tempo de qualidade podem influenciar na formação do indivíduo.

Apesar do tempo de sobra ser artigo de luxo, hoje em dia, é preciso estar atento às necessidades dos pequenos. Nunca é sobre a quantidade de tempo e sim sobre a qualidade!

A psicoterapeuta Helen Mavichian, especializada em crianças e adolescentes, lembra que o pai ausente não é somente aquele que abandonou os filhos ou que se separou e, por isso, não os vê todos os dias. Para ela, o pai ausente é aquele que não contribui para a formação e educação dos filhos.

“Com frequência recebo em meu consultório pacientes que não convivem com os pais nem aos finais de semana, mesmo morando na mesma casa. Contam que eles trabalham muito durante a semana e os finais de semana usam o tempo livre para praticar esportes e passear. Essas crianças e adolescentes 90% das vezes relatam que quando crescerem não querem ter a mesma profissão do pai e afirmam que serão dedicados à família e aos futuros filhos”, disse.

Quando os pequenos não têm contato com o pai?

No Brasil, quase 100 mil crianças nascidas em 2021 não têm o nome do pais no registro civil. Os motivos são vários, mas a grande questão é que há muitas crianças sem uma figura paterna presente, o que pode gerar sentimentos negativos e frustrações dos filhos frente a essa situação.

Algumas escolas aboliram de seus calendários as famosas apresentações de dia dos pais e de dia das mães também. Outras deixaram de confeccionar lembrancinhas com os pequenos em homenagem nessas datas comemorativas. Mas, mesmo assim, a publicidade durante essa época destaca opções de presentes e comemorações especiais. E quem não tem um pai ou uma figura paterna, como fica? Tem como “fugir” do bombardeio sobre a data? Os adultos precisam estar atentos para ajudar os pequenos a lidar com essas demandas.

Veja abaixo 5 dicas da especialista Helen Mavichian para auxiliar as crianças:

  • Ensine a criança sobre família

Ensine a criança que um pai nem sempre precisa ter o mesmo sangue que ela e que as famílias não são todas iguais: algumas crianças são adotadas, outras criadas por familiares, algumas devido à perda ou abandono paterno são criadas por padrastros e outras são formadas só por figuras femininas ou maternas. Mas todas essas são modelos normais de família.

  • Tenha ou seja para a criança um ponto de apoio durante essa data

É um desafio para uma criança compreender que, por não ter um pai ou ter um pai ausente, ela será “excluída” das comemorações e preparativos para a data. Proponha para a criança que outras pessoas possam fazer o papel de celebrar esse dia junto com ela, seja a mãe, um avô, tio … deixe ela escolher alguém que tenha um significado importante para ela e possa representar a figura paterna e não só nessa data especial.

  • Escute a criança

Os adultos acreditam que as crianças têm as respostas para tudo assim como eles, mas não. As crianças possuem dúvidas que, aos nossos olhos, podem parecer pequenas. Escute-as com atenção para que fiquem desmotivadas a verbalizar o que sentem. É importante criar um ambiente acolhedor onde eles consigam perguntar sem medo tudo o que causa dúvidas e ansiedade.

  • Explique a situação

De acordo com cada idade, vale a criança saber a verdade sobre o que acontece em suas vidas. Lembre-se de abordar o assunto sempre de acordo com a idade e entendimento da criança. Por mais frustrante e dolorosa que seja a história para uma mãe ou um adulto responsável, é necessário cuidado para não transferir essa dor e frustração para a criança (por exemplo, um pai que abandonou a família).

  • Entenda e respeite as emoções da criança

Cada criança lida com as comemorações de uma maneira diferente. Existem crianças que tiveram contato com o pai ou uma figura paterna, as perderam e podem apresentar um comportamento mais ansioso e explosivo nessas datas. Por outro lado, existem aquelas que nunca presenciaram tal figura em suas vidas e podem demorar ou nunca questionar. É importante estar atento às mudanças de comportamento nesse período e acolher os pequenos.

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