Neste domingo (19), os brasileiros, especialmente os boleiros, têm uma data para comemorar: o Dia Nacional do Futebol, que não é muito ‘popular’ ou festejado, mas que foi oficializado pela CBF – ainda como Confederação Brasileira de Desportos – na década de 1970 como uma homenagem ao aniversário do Sport Club Rio Branco, do Rio Grande, no extremo sul do Rio Grande do Sul, que foi fundado em 19 de julho de 1900 e é tido como clube mais antigo ainda em atividade no Brasil.
Hoje, no entanto, apesar de estar completando 120 anos de tradição e importância histórica para o futebol brasileiro, o Rio Branco briga apenas para sobreviver. “É chato de falar, mas funciona assim: enquanto uns choram, outros vêm de lenço”, comentou Marco Antonio Coutinho, presidente do clube gaúcho, em entrevista ao O Globo, citando um ditado popular e acrescentando:
“Em janeiro, arrecadávamos R$ 100 mil mensais com a área social do clube. Hoje, com o clube fechado e as atividades paradas, levantamos só R$ 18 mil por mês”, completou, ressaltando os impactos da pandemia do novo coronavírus.
Em relação ao tempo parado, o dirigente explicou que o time tem feito investimentos para o futuro, reformando piscina, academia e outros espaços do clube, para buscar mais do que apenas se ‘manter de pé’. “A ideia de dirigentes do passado era apenas se manter jogando, para não perder o título de clube mais antigo em atividade. Eu quero voltar a ser grande. Nosso ano passado foi ruim. Esse ano o time está melhor e acho que dá para “beliscar”, desabafou.
Sem futebol, o Rio Branco dispensou todos os jogadores do plantel – que era formado em sua maioria por jovens das categorias de base. Porém, o mandatário diz que 80% desses atletas têm acerto para voltar ao time para tentar ‘beliscar’ a 3º divisão do Campeonato Gaúcho. “Estamos apostando na base. Já vendemos seis jogadores nos últimos anos, e o último nos rendeu R$ 180 mil. É pouco, mas para quem não tinha nada…”, alega o presidente. Cabe pontuar que o orçamento mensal do time é de cerca de R$ 20 mil.
Por fim, Coutinho lamentou não ter como comemorar o aniversário do campeão gaúcho de 1936 e vice de 1941 (os dois maiores feitos do time) em meio à pandemia. “Infelizmente não teremos festa. A ideia é fazer algo setembro, um baile no salão social, se já estiver liberado”, encerrou.
Por: 90 Minutos
