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‘Dormir junto é um horror’, diz Suely Franco, a Marlene de ‘A Dona do Pedaço’

Rio – Aos 80 anos, Suely Franco não quer nem ouvir falar de casamento. Ela foi casada duas vezes. O mais recente durou 10 anos e terminou em 1974. De lá para cá, só namoros. E nem vem que não tem. Ela não sente saudade. “O bom é namorar, casar é muito chato”, decreta com uma gargalhada divertidíssima. A atriz, que vive a boa-praça Marlene de ‘A Dona do Pedaço’, diz que os homens têm que ajudar as companheiras, trabalhar tanto quanto elas em casa e não jogar nos ombros delas os afazeres domésticos e cuidados com os filhos.

“Sempre preferi estar sozinha. Outra coisa, dormir junto é um horror. Um quer ficar acordado, outro quer dormir. Um está com frio, outro com calor. Um quer conversar, o outro está chateado. Isso tudo acaba com qualquer amor (risos). É bom cada um na sua casa (risos)”, determina a voz da experiência.

Namorar é bom
Quando o assunto é namoro, a veterana diz que é muito bom fazê-lo na terceira idade. “Tem mais experiência, entende mais as coisas, não tem pressa, sabe o que quer ou que não quer. Namoraria pessoas mais novas, comigo não tem idade, o que vale é o entendimento”, diz ela. Bom humor e leveza são as palavras chaves da atriz e cantora. “Passei por vários momentos difíceis, mas nem gosto de falar. Não fico pensando em coisa ruim. A gente tem que ser positiva para as coisas acontecerem”, pondera.

80 em 16 anos
 Dona de uma gargalhada contagiante, Suely é igualmente brincalhona quando questionada sobre como encara o passar dos anos. “Olho para o espelho e ainda me vejo com 16 anos. Quando me chamam de vovó, eu faço: ‘Ahn?'”, brinca ela, que não tem netos. “Nunca me senti sexy, só engraçada. O meu gosto é sempre fazer as pessoas rirem, ficarem bem”, atesta ela, que jura não saber se o bom humor pode ser sua arma de sedução. “Pode ser, não sei dizer. Nunca percebi”, garante a atriz, dando uma risada. 

Feliz sozinha 
Aliás, nesses 20 anos de solteirice, Suely assegura que nem de longe sente falta de ter um companheiro. “Quando a gente está feliz consigo mesma, não precisa de ninguém. Tenho uma família gostosa e feliz. Marido e namorado só dão complicação. É bom ser feliz sozinha”, ensina ela. Apesar disso, a carioca dá o caminho de tijolos de ouro até seu coração. “Não é qualquer galanteio que me conquista, é mais pela admiração, compreensão, amizade, afinidade”, entrega. 

Suely Franco – Edu Rodrigues/Divulgação

Vagas para veteranos 
Com quase 60 anos de carreira, Suely diz que não tem o que reclamar da oferta de trabalho, mas sabe que essa não é uma realidade para tantos atores veteranos. “É muito difícil. A gente não tem emprego fixo, é (tudo por obra) temporada. Às vezes, passamos quatro, cinco meses sem trabalhar. Tem gente que passa anos. Com a aposentadoria não dá para sobreviver. Ou você junta um dinheiro ou arranja um emprego. E quanto mais velho fica, mais cuidados precisa e é menos trabalho que aparece. Me sinto muito feliz, agradeço todos os dias a Deus por me chamarem ainda para trabalhar”, comemora ela, que por enquanto, ainda não tem planos profissionais para depois de ‘A Dona do Pedaço’. “Espero ser chamada para fazer alguma peça, novela, série”, torce. 

Relacionamento abusivo 
Vida e obra da atriz se misturam tanto que, em 1973, por causa da peça ‘Amanhã, Amélia, de Manhã’, com direção de Aderbal Freire-Filho, ela colocou um ponto final em um casamento ao descobrir que vivia uma relação abusiva. “Eu era a Amélia e não percebia isso. Quando fui fazer a peça, tinha um laboratório e todo mundo falou a respeito dos personagens e, quando falaram da Amélia, eu pensei: ‘Minha Nossa Senhora, eu sou essa porcaria (risos). O homem que mandava, tem que fazer isso, aquilo, não pode fazer isso, não pode trabalhar nisso. Tenho que mudar, meu Deus’. E mudei. Agora faço o que quero”, diz. 

Amiga fura-olho 
Já no caso da personagem Marlene, de ‘A Dona do Pedaço’, da Globo, Suely afirma que nunca teve uma amiga fura-olho, como Evelina (Nívea Maria). “Graças a Deus. Se tivesse, acabava a amizade, não teria mais como continuar”, avalia. 

Nívea Maria, Ary Fontoura e Suely Franco nos bastidores de ‘A Dona do Pedaço’ – Reprodução

Na trama, Antero (Ary Fontoura) era namorado de Marlene, mas depois de ter um aneurisma, o advogado se esqueceu da professora aposentada e passou a se interessar por Evelina, que não se intimida em roubar o pretendente da amiga. “Está todo mundo com raiva da Evelina, a fura-olho. Todo mundo está do lado da Marlene, que está muito sofrida, angustiada. Torço para que o Antero recupere a memória e volte para ela. Estou rezando para isso acontecer”, diz a atriz.

O Dia

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