O número de mulheres eleitas no último pleito eleitoral realizado, no domingo (15), para atuar na Câmara Municipal de Manaus (CMM) a partir de 2021, aumentou de três para quatro vereadoras, porém a atual vereadora Mirtes Salles (Republicanos) não conseguiu se reeleger. A parlamentar obteve 1.116 votos no pleito eleitoral do último domingo (15).
Nas redes sociais, a parlamentar agradeceu os votos obtidos e comentou sobre o trabalho realizado no período em que esteve à frente da Comissão da Mulher na CMM.
“Quero, aqui, agradecer a todos que se dedicaram, de alguma forma, a minha campanha. Agradecer a cada voto de cada urna, de cada bairro, de cada comunidade. Foi 1 ano e 9 meses de mandato onde construí um trabalho de resgate e valorização da mulher. O Projeto Fios de Vida, Mulher Empreendedora, Feira da Mulher Empreendedora, Núcleo de Atendimento a Mulher e tantos projetos e Leis. Sigo meu mandato até o último dia com a sensação do dever cumprido”, escreveu ela no Istagram.
Quem assumirá as quatro cadeiras femininas na CMM serão as candidatas novatas Thaysa Souza (PP), Yomara Lins (PP) e as veteranas Professora Jacqueline Pinheiro (Podemos) e Glória Carratte (PL).
A estreante na política Thaysa Lippy Silva de Souza foi a sétima mais votada no pleito de 2020. Ela é advogada, tem 28 anos e é filha do deputado estadual Felipe Souza, que também já esteve no Parlamento Municipal. A advogada ressaltou que vai trabalhar não só pelas causas femininas, mas pelos idosos e pelas Pessoas com Deficiência (PcD’s).
“Durante a campanha apresentei propostas que realmente quero pôr em prática em Manaus, voltadas à mulher, ao idoso, às pessoas com necessidades especiais. Ter sido eleita vereadora com um número tão expressivo, mostra o poder das mulheres; o quanto precisamos ser ouvidas, termos mais representatividade dentro da Câmara e de mais políticas públicas que amparem nossas causas, e eu vou trabalhar massivamente por isso”, ressaltou.
A advoga Thaysa foi eleita com 6.736 votos e entre as mulheres, ela foi a segunda com a maior votação, atrás apenas da vereadora professora Jacqueline Pinheiro (Podemos) disse ainda, que a experiência da família na política a ajudou a conquistar à vaga na CMM.
“Acredito que ser neta de ex-vereador e filha de deputado, me ajudou muito no conhecimento sobre política. Meu pai não se envolveu tanto na minha campanha, mas sempre esteve ao meu lado me apoiando e incentivando. Com ele aprendi que pessoas de bom caráter podem e devem ocupar cargos públicos, só assim vamos ver a mudança que realmente desejamos no lugar onde vivemos”, destacou a advogada.
Outra novata na política é a advogada Yomara Jesuína Lins Rodrigues (PRTB), que também tem parentes influentes na família, como a desembargadora Yara Lins e os irmãos Belarmino Lins e Átila Lins.
Reeleita para o terceiro mandato, a vereadora Professora Jacqueline Pinheiro (Podemos) foi a mulher mais bem votada no pleito eleitoral de 2020, com 9.208 mil votos sendo a candidata feminina mais votada e a terceira na colocação geral, sendo ultrapassada apenas pelo radialista e pastor da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) João Carlos (Republicanos), que teve 13.880 votos e do atual presidente da CMM Joelson Silva (Patriota), com 12.493 votos.
Ao Portal Tucumã, a parlamentar falou um pouco de seu trabalho nas comunidades, rurais, na saúde e disse que manteve seu eleitorado, além de conquistar novos votos e a colocou para mais quatro anos no Parlamento Municipal.
“Só tenho a agradecer a 9208 pessoas que acreditaram no nosso projeto político e nos deram mais uma oportunidade de continuar a realizar o trabalho que iniciamos. Por conta da pandemia, enfrentamos muitas dificuldades nessa campanha com ações limitadas mas graças a Deus e o trabalho consolidado ao longo de meus mandatos conseguimos mobilizar pessoas que se engajaram para a multiplicação de votos e a nossa vitória com sucesso!”, comentou Jacqueline Pinheiro.
A quarta mulher eleita foi a vereadora Glória Carratte (PL), que exercerá o seu sexto mandato e comemorou dizendo que tem mais título que a Seleção brasileira de futebol. “Eu já passei o Brasil. Eu sou hexa”, disse ela.
Panorama de candidaturas femininas
A advogada Anne Louise Ventura, que é especialista em Direito Civil e Processo Civil, disse que que é necessário uma mudança legislativa para que não só às candidaturas femininas sejam implementadas nos partidos, mas que elas tenham garantia no repasse dos fundos partidários. A parlamentar obteve 1.116 votos no pleito do último domingo (15).
“Nós fizemos um panorama geral e precisamos evoluir a participação feminina na política, mas estamos em busca disso e precisamos de mudanças legislativas que facilitem esse ingresso, precisamos de fiscalização rígida e séria para averiguar a questão do repasse partidário, e precisamos sim, de mais mulheres na política”, disse a advogada.
Anne Louise também atuou como coordenadora do Observatório Candidaturas Femininas pela Ordem dos Advogados do Amazonas (OAB-AM) e ressaltou que o número de vereadoras eleitas ainda é insuficiente para atuar pelas pautas femininas no Parlamento Municipal.
“Nós tínhamos três mulheres e agora temos quatro eleitas, duas reeleitas e duas novas candidatas. Na verdade é uma mudança ainda muito ínfima e pequena para o número de candidaturas tínhamos aqui em Manaus. Muito embora o número tenha sim aumentado ainda é muito longe do que esperamos, porque por exemplo, nós temos uma reserva de 30% para às candidaturas, no caso para os gêneros minoritários, que somos nós mulheres, e mesmo assim nós temos apenas 10% da Câmara Municipal de Manaus (CMM) com mulheres, ainda temos muito que caminhar”, ressaltou Louise.
Ouça a explicação da advogada falando sobre candidaturas femininas e representatividade no Parlamento Municipal:
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