A Prefeitura de Manaus informou que foi emitido na tarde desta terça-feira, 7/7, o primeiro boletim médico do hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, sobre o quadro clínico do prefeito Arthur Virgílio Neto, que deu entrada na unidade na segunda-feira, 6, acompanhado da primeira-dama Elisabeth Valeiko Ribeiro. Ambos testaram positivo para Covid-19 no último dia 29/6.
Segundo o documento, o prefeito de Manaus “se encontra bem, internado na unidade de terapia semi-intensiva, respirando com auxílio de um cateter de oxigênio. Estão previstos exames gerais realizados periodicamente e, até o momento, não há previsão de alta”.
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Entenda o caso
A notícia da transferência do prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB), em uma unidade aérea particular, na tarde desta segunda-feira (6), pegou de surpresa toda a população amazonense. Pelas redes sociais, muitos internautas se mostraram surpresos com a viagem e criticaram o chefe do executivo municipal por não acreditar na estrutura do município e do Estado usada no tratamento e combate ao novo coronavírus (Covid-19).
Arthur, que tem 74 anos, é prefeito reeleito na capital amazonense e foi diagnosticado com Covid-19 no dia 30 de junho deste ano. Coincidentemente a data foi a mesma em que equipes da Polícia Federal, sob o comando do Tribunal Superior de Justiça (TSJ), desembarcaram em Manaus para o cumprimento de mandados de busca e apreensão que tinham como alvo nomes ligados à saúde pública.
Para muitos, o resultado do exame pode ter ligação com a operação e poderia ser uma forma de blindar o prefeito de qualquer suspeita de envolvimento com os investigados. Apesar das críticas e da repercussão negativa nas redes sociais, nos bastidores nada ficou comprovado.
Anteriormente à confirmação de positivo para Covid-19, o prefeito estava levando a vida habitual, como de costume, e, inclusive, participou da inauguração do Complexo Viário Ministro Roberto Campos, situado na Avenida Constantino Nery, na Zona Centro-Sul da capital. Aparentemente, ele estava bem.
Vale ressaltar que, dias antes, a mulher de Arthur, a primeira-dama e presidente do Fundo Manaus Solidária (FMS), Elisabeth Valeiko, também havia testado positivo para a doença. Ela tratou da doença no Hospital Adventista, Zona Sul, onde também esteve internado, até o fim da manhã desta segunda (6), Arthur Neto. No início da tarde de hoje, o casal seguiu em uma aeronave rumo a São Paulo.
Transferência
Por meio de nota, encaminhada à imprensa na tarde de hoje, a Prefeitura informou que o prefeito Arthur Virgílio Neto passa bem e que por decisão própria foi transferido para o hospital Sírio Libanês, onde fará check-up e terminará o tratamento da Covid-19.
Segundo boletim médico, emitido pelo hospital Adventista de Manaus, na tarde desta segunda-feira (6), ele apresenta “melhora global do quadro clínico, mantendo boa saturação em ar ambiente”. Arthur já tinha previsão de alta nos próximos dias.
“Preciso fazer outros exames, como da cirurgia para retirada da próstata que fiz há alguns anos, então decidi ir a São Paulo, onde tenho todo meu histórico médico”, disse o prefeito, que embarcou em voo privado”, justificou o prefeito.
Hospitais desativados
Apesar de se tornar o epicentro do novo coronavírus no Brasil, a capital Manaus foi a primeira cidade brasileira a anunciar que está saindo do período de pandemia. A Prefeitura já havia desativado, no dia 15 de junho, o Hospital de Campanha Municipal Gilberto Novaes, instalado pelo Grupo Samel no bairro Lago Azul, Zona Norte.
O Governo do Amazonas informou que, a partir desta segunda (6), algumas alas do Hospital de Combate à Covid-19, instalado na Universidade Nilton Lins, na Zona Centro-Sul, serão desativadas.
Conforme o governo, apenas sete pacientes ainda estão internados em leitos clínicos na unidade, sendo três deles indígenas.
Números da Covid-19
Até o último domingo, conforme a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM), o Estado superou a marca de 76 mil casos confirmados do novo coronavírus. Mais de 61 mil pessoas já passaram pelo período de isolamento (14 dias) e se recuperaram da doença. Outras 11 mil pessoas estão sendo acompanhadas, pois foram diagnosticados com a doença nas últimas duas semanas. Os mortos na capital somam mais de 1,8 mil na capital e superam 1 mil casos somados o balanço total de registros em municípios do interior.
