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‘Eu ia morrer e não tinha ninguém’, diz jovem após denunciar ex-namorado por tentativa de feminicídio em Manaus

Em depoimento a polícia, a jovem relata que foi agredida e chegou a desmaiar após ter sido estrangulada pelo homem, que não aceitava o fim do relacionamento

Manaus – Uma jovem, identificada como Teresa Victória Mota Pinheiro, de 22 anos, denunciou o advogado Marcelo Oliveira Gonçalves, de 40 anos, por tentativa de feminicídio. O crime ocorreu na noite do último domingo (21) no bairro Aleixo, Zona Centro-Sul de Manaus,

Em depoimento a polícia, a jovem relata que foi agredida e chegou a desmaiar após ter sido estrangulada pelo homem, que não aceitava o fim do relacionamento.

Foi registrado um Boletim de Ocorrência (BO), na Delegacia Especializada em Crimes Contra à Mulher (DECCM)) que investiga o caso.

Em entrevista a imprensa, Victória conta que foi convidada por uma amiga para ir até um churrasco na casa dela. Quando decidiu ir, disse que não imaginava que estaria sendo perseguida pelo ex-namorado.

“Por volta de umas 14h, eu estava voltando para casa e recebi uma ligação dele falando que, caso eu não fosse para a casa dele, tinha um carro atrás de mim. Olhei e tinha o carro com a mesma cor e modelo que ele disse. Ele disse ‘caso você desvie o caminho, vai acontecer algo contigo’ e desligou”, disse ela.

Ela conta que teve que ir a casa dele e ao chegar lá, ele saiu para conversar no celular supostamente com a pessoa que a perseguia no veículo. Ele mandou ela ir pro banco de trás e sentou no banco do motorista.

“Ele começou a me chamar de vagabunda, de prostituta, de promíscua e disse como eu tinha coragem de sair de casa e não falar para ele. Eu fiquei em choque. Eu não sabia o que responder. Eu refutei e ele tentou ligar o carro. Eu puxei o freio de mão e ele enlouqueceu e veio para cima de mim”, explicou.

Ela ainda conta que o ex-namorado começou a agredi-la de várias maneiras, quando ela começou a gritar por socorro, ele se irritou e estrangulou dizendo ”eu vou te matar”. Depois do episódio ela conta que desmaiou e acordou com a vizinha do homem tentando reanima-la.

“Ela prestou os primeiros socorros e me acolheu na casa dela, ela é enfermeira. Ela ficou comigo até uma ambulância chegar e me acompanhou na ambulância. Ela que me ajudou, de fato”, disse Victória.

A delegada titular, Débora Mafra, da Delegacia Especializada em Crimes Contra à Mulher (DECCM), conta que Vitória foi até a delegacia ainda durante a noite de domingo, prestar queixa sobre o crime. Ela tinha marcas de agressões por todo o corpo e estrangulamento no pescoço.

“Ela estava toda machucada, principalmente o pescoço, os olhos. Ela estava com manchas vermelhas de sangue no olho, mordidas também pelo corpo e o pescoço muito marcado da esganadura que sofreu, além da fragilidade emocional”, conta a delegada.

A delegada ainda conta que após a vítima ter recebido atendimento no hospital, ela foi até a delegacia, onde passou por um exame de corpo de delito e registrou o BO. Na última segunda-feira (22), ela prestou depoimento sobre o caso e pediu medida protetiva contra o ex-namorado.

“A mãe dela também foi ameaçada por ele e pediu medidas protetivas. Depois do ocorrido, a mãe dela chegou a receber telefonemas dele em que foi ameaçada e ofendida por ele”, disse a delegada.

O homem foi notificado para prestar esclarecimentos na delegacia. Ele foi indiciado pelos crimes de tentativa de feminicídio, furto e ameaça. Até a noite de segunda-feira, ele não compareceu a delegacia.

Histórico de agressões

O advogado já havia sido denunciado pela jovem em fevereiro. Segundo a delegada Débora Mafra, na ocasião, ela registrou outro caso de agressão praticado por ele. A vítima retirou a denúncia, ainda conforme Mafra, após o suspeito oferecer um celular e um carro para ela ir para a faculdade.

Além de não aceitar o fim do relacionamento, a delegada comentou ainda que um dos motivos da agressão sofrida por Teresa, no domingo (21), também teve ligação com o carro dado por ele.

“Ele achou que ela estava na bagunça com o carro que ele tinha dado para ela ir para a faculdade. Ele também não aceitava o fim do relacionamento, tanto que mandava muitas mensagens o tempo todo para ela e telefonemas”, finalizou a delegada.

Victória contou que já havia terminado o relacionamento com Oliveira em dezembro de 2020. Apesar do término, ela disse que ele continuou a enviar presentes para ela e insistir em manter contato com ela.

“Eu tenho pena. É uma pessoa vazia. Não tem Deus no coração. Não tem a razão. A pessoa não sabe escutar o não de uma mulher e ter coragem de querer matar, sabendo que tem mais força. É uma covardia que não tem sentido. Eu não desejo o mal dele, só que a justiça divina tome conta. Eu ia morrer e não tinha ninguém”, lamentou a jovem.

Com informações do G1 AM.

Foto: Reprodução

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