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EUA temem segunda onda de Covid-19 por conta de protestos

Segundo especialistas ouvidos pelo jornal The New York Times, a aglomeração de pessoas nas manifestações deve levar a uma propagação do coronavírus.
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Foto: Noah Berger/AP

Os protestos nos Estados Unidos contra a morte de George Floyd, afrodescendente asfixiado por um policial branco quando já estava sob custódia, entraram no seu sexto dia consecutivo nesta segunda-feira, 1. Os atos ocorrem em paralelo à pandemia de Covid-19 e aumentam os temores de novos surtos da doença no país.

Segundo especialistas ouvidos pelo jornal americano The New York Times, a aglomeração de pessoas nas manifestações deve levar a uma propagação do coronavírus. É comum ver a máscara sendo usada como forma de proteção nos atos, mas muitos manifestantes perdem a noção do distanciamento social em meio à adrenalina.

O vírus se espalha por meio de gotículas de saliva, expelidas por espirros, tosse e até pela fala. Apesar das máscaras oferecerem certa proteção – por impedir que a maioria dessas partículas se espalhem –, gritos, palavras de ordem e até o gás lacrimogênio e spray de pimenta usado pelos policiais para dispersar os manifestantes também aumentam a possibilidade de infecção.

Segundo William Schaffner, especialista em doença infecciosas da Universidade Vanderbilt, e Howard Markel, historiador especialista em pandemias, os gases utilizados pela polícia para conter as manifestações podem provocar tosse nas pessoas atingidas e fazer com que seus olhos lacrimejem, aumentando os meios de propagação do coronavírus.

Os Estados Unidos são o país mais afetado pela doença, com quase 1,8 milhão de infectados e mais de 100.000 mortos. O vírus, no entanto, tem afetado mais a população afrodescendente, justo aquela que está em massa nas ruas desde a morte de Floyd.

Alguns estados americanos começaram a reabrir após meses de isolamento social. Prefeitos e governadores já pediram publicamente que os manifestantes cumpram as regras de distanciamento e usem máscaras.

No Twitter, a conta oficial do Departamento de Saúde e Higiene de Nova York – estado mais atingido pela pandemia –, deu algumas dicas para quem quiser ir às ruas se manifestar. Dentre elas, está o uso da proteção facial e álcool em gel e a recomendação de se manter sempre hidratado e em grupos pequenos, mantendo cerca de três metros de distância de outros grupos.

Floyd foi morto sob custódia policial na terça-feira 26 após ser asfixiado por um policial branco, que se ajoelhou sobre seu pescoço. No terceiro dia após sua morte, o Estado do Minnesota indiciou o agora ex-policial Derek Chauvin pelo assassinato.

A decisão do governo não foi suficiente para acalmar os manifestantes e os confrontos se intensificaram e se espalharam por todo o país. O presidente, Donald Trump, se refugiou em um bunker na noite de sábado 30 enquanto a Casa Branca era cercada por manifestantes.

Por VEJA

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