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Idosa perde R$ 60 mil em golpe bancário: ‘Eles conheciam dados sigilosos’

Uma mulher entrou em contato, se identificando como Débora Lemos, responsável pela segurança da empresa. Ela pediu à aposentada que baixasse um aplicativo para fazer as operações

Uma professora aposentada de 78 anos, moradora de Santos, litoral de São Paulo, decidiu abrir um boletim de ocorrência por estelionato após ter sido vítima de um golpe bancário especializado. Após ser orientada a fazer uma série de operações no caixa eletrônico por uma suposta funcionária do banco, com uma justificativa de protegê-la de uma provável invasão da conta, a idosa descobriu ter sido lesada em cerca de R $ 60 mil.

Inazeli Azevedo Nóbrega e Silva contou ao UOL que possui duas contas no Banco do Brasil. Uma que ela movimenta sozinha e outra, que o filho tem acesso, por meio de uma procuração.

No dia 20 de julho, uma pessoa se diz funcionária do banco entrou em contato com o filho para informar que alguém estava tentado invadir a conta. Uma pessoa teria explicado ao homem que ele devia comparecer à agência, com a procuração da mãe, para fazer uma alteração de senha.

“Mas meu filho desconfiou na hora. Achou estranho ela citar que ele tinha uma procuração minha. Então ele me ligou e avisou para eu não fazer nada sem orientação, caso fosse procurada”.

No mesmo dia, uma mulher entrou em contato, se identificando como Débora Lemos, responsável pela segurança da empresa. Ela pediu à aposentada que baixasse um aplicativo para fazer as operações. A professora desconfiou da interface do app , pois uma mensagem dizia para ela digitar a palavra “ajuda”. Débora então solicitou que ela se dirigisse pessoalmente a uma agência.

“Na hora, entrei em contato com os meus gerentes, mas não me respondiam. Decidi procurar a agência e, assim que passei pela porta, meu telefone tocou. Era a Débora. Ela tentou me orientar, por telefone, a alterar a senha , mas eu não consegui. Ela me disse para retornar no dia seguinte para falar com os funcionários, já que a agência estava fechada, para trocar a senha e realizar o cadastro da minha biometria “.

No dia 21, Inazeli foi atendida por uma funcionária, que lhe deu o motivo da troca das senhas e foi informada sobre o suposto “aviso de invasão da conta”. A tentativa de acesso foi confirmada pela funcionária, que realizou o procedimento e o cadastro da biometria. Quando estava saindo do banco, o telefone tocou novamente.

“Era a Débora, dizendo que eu tinha que retornar porque eu deveria criar um tal ‘módulo de segurança’. Ela falava tão clara, com tanta segurança, que eu acabei confiando. Afinal, eles conheciam dados sigilosos, que só quem trabalha dentro do banco saberia informar “.

A suposta funcionária iniciou uma videoconferência e pediu à idosa que se dirigisse ao caixa eletrônico. “A câmera dela estava desligada. Enquanto me orientava a apertar um monte de botões que eu nem sabia para que serviam, eu tinha que ficar virando a tela para mostrar uma operação. Quando tudo terminou, ela agradeceu e desligou”.

Cartão recusado
Ao realizar compras em uma farmácia, Inazeli teve o cartão recusado no pagamento, tanto no débito quanto no crédito, por saldo insuficiente. Somenta ao chegar em casa, verificou o extrato no computador. Foi quando descobriu uma sequência de pagamentos de títulos bancários, transferências e até um empréstimo para pagar um PIX no valor de R $ 24 mil. Além disso a conta estava bloqueada.

“Imediatamente, recorri ao banco com um pedido de revisão das operações, mas foi negado. Mesmo tendo sido uma movimentação atípica, o gerente não levou em consideração. Entrei novamente com o pedido e estou esperando. Mas abri um boletim de ocorrência por estelionato” .

“A gente se sente impotente. Como eles sabiam de tantas informações sigilosas? Como sabiam o momento em que eu entrava e saía do banco? Claro que eu estava sendo observado. Sou uma idosa e, apesar de esclarecida, não tenho o mesmo conhecimento do mundo digital como um jovem. Se o banco não tomar uma providência, entrarei com uma ação na Justiça. E vou pedir sequência do inquérito criminal “.

O UOL procurou o Banco do Brasil para obter esclarecimentos, mas até a publicação desta reportagem, não obteve resposta. O espaço segue aberto para atualização assim que a instituição fornecer esclarecimentos.

Com informações do UOL

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