Questionado sobre a saída das Forças Armadas da fiscalização ambiental na Amazônia, o vice-presidente Hamilton Mourão afirmou no início da manhã desta quarta-feira (10) que agora terá que se “fazer mais com menos”.
Nesta quarta, Mourão comanda a reunião do Conselho da Amazônia onde será anunciada a saída dos militares. Segundo disse o próprio vice-presidente, essa decisão, que será concretizada em abril, já estava prevista anteriormente. Mourão acrescentou que agora a fiscalização será feita pelas agências civis (Ibama e ICMBio), ligadas ao Ministério do Meio Ambiente.
“Reunião prevista desde o ano passado. As ações irão prosseguir com ênfase nos trabalhos das agências civis e priorizando as regiões, onde após exaustivo trabalho de inteligência, as ilegalidades são menores”, disse Mourão.
Há forte preocupação com o desmonte da fiscalização ambiental na Amazônia depois do distanciamento explícito do presidente Jair Bolsonaro do seu vice-presidente.
Na terça-feira (9), Mourão não foi chamado para uma reunião ministerial. A ausência foi vista no Palácio do Planalto como um gesto simbólico de Bolsonaro para deixar esse distanciamento claro para os ministros.
“Em suma, vamos buscar fazer mais com menos. Lembro a nossa situação fiscal, pois o emprego das Forças Armadas requer crédito extraordinário. Caso necessário, elas estão prontas para continuar a agir”, acrescentou Mourão.
Há temor entre ambientalistas de que a volta do protagonismo do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, possa intensificar na região registros de desmatamentos e queimadas na Floresta Amazônica, além de uma flexibilização maior da fiscalização de garimpos ilegais em reservas indígenas.
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