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‘Não sou o novo e nem o velho, mas estou preparado para mudar a cara de Manaus’, diz Chico Preto

Chico Preto disse que está com vontade de gerenciar Manaus
Chico Preto
Chico Preto

Com 23 anos no meio político, o atual vereador Marco Antônio Souza Ribeiro da Costa, mais conhecido como “Chico Preto” (DC), disse que se sente preparado, pela primeira vez, para concorrer uma eleição majoritária, como o pré-candidato a prefeito de Manaus. A afirmação foi durante entrevista concedida ao “Bastidores da Política”, para o Portal Tucumã.

Chico Preto, que é um dos opositores “número 1” da gestão do prefeito Arthur Neto (PSDB), disse que os gastos com publicidade e propaganda na Prefeitura de Manaus é uma das principais “caixas pretas” desse governo, além do asfalto, aluguéis, entre outros.

De acordo com Chico, o valor gasto com publicidade, nos últimos sete anos, já chega em R$ 600 milhões, o que daria para fazer dez viadutos em Manaus e melhorar a Mobilidade Urbana, além de outras obras.

Concorrendo pela primeira vez a um cargo majoritário em 2020, Chico Preto disse que pretendia concorrer em 2016, porém teve uma “puxada de tapete” que o fez regredir.

“Em 2016 eu tentei, eu fiz um ensaio, mas é aquela história da puxada de tapete” da política. Aí eu dei um passo atrás e disputei as eleições para vereador e me preparei um pouco mais para chegarmos agora em 2020, para disputarmos para valer e de verdade as eleições para a Prefeitura de Manaus”, disse..

Chico falou em “puxada de tapete”

Sobre essa “puxada de tapete”, o pré-candidato disse que conversou com outros partidos e na “hora H” foi deixado no caminho.

“De repente os outros partidos nos deixaram na mão, no meio do caminho e aí a gente entendeu que naquele momento era melhor dar um passo atrás. Mas depois das eleições de 2018 a gente percebe que aquilo que a gente acreditava que era indispensável para a Política, hoje não faz mais tanto sentido assim, tem sua importância, mas não tem mais aquela história de se eu não tiver isso eu não disputo as eleições, que é o tempo de televisão e o fundo partidário”, disse.

“Tive que dar um passo atrás em 2016”, disse Chico Preto

“Ter voltado a conviver 100% com a realidade da cidade, porque de 2007 até 2014 eu estive na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), e por força do mandato você precisa conhecer outras realidades, você não fica somente na cidade de Manaus. Foi uma baita de uma experiência para mim, poder conhecer a realidade do interior que de forma direta é influenciada também pela capital. Só que em 2016 quando o povo me dar o quarto mandato como vereador da cidade de Manaus, de 2017 até agora eu vivo intensamente a realidade da minha cidade, vendo aí o piorar do transporte coletivo, falta de prioridade com investimento do dinheiro de Manaus”, ressaltou Chico Preto explicando porque se sente mais preparado para concorrer a cadeira da Prefeitura de Manaus.

Chico Preto também levantou a questão do crescimento das redes sociais para divulgação de conteúdo político. “Com as redes sociais e os cidadãos mais atentos com aquilo que acontecem nesses ambientes das redes. Eu entendo que um cara como eu – que tem essa história – pode ser contada somente nas redes sociais. Se nós não tivermos tempo de televisão, se a gente não tiver um prego ou uma arruela para participar da eleição, a gente entende que é possível sim disputar até o final e surpreender muitas pessoas que desprezam as opiniões, as atenções que hoje são dispersadas nesse ambiente”, ressaltou Chico.

Chico Preto também falou em prioridades se for eleito, como: criação de subprefeituras; regularização imobiliária na cidade de Manaus; limitar gastos com publicidade e propaganda, além de executar os pagamentos de fornecedores na ordem cronológica, de acordo com a prestação de serviços.

Perguntado quem seria seu vice nessas eleições, Chico disse que está “orando a Deus” para enviar um nome. “Estou orando a Deus para que me Ele me apresente um bom nome, de uma mulher ou de um homem, comprometido, que tenha uma vida firme, ficha limpa e disso não vamos abrir mão, para nos ajudar a implementar as nossas decisões”, ressaltou Chico Preto.

Confira mais detalhes da entrevista:

Bastidores da Política – Quem é o Chico Preto?

Chico Preto – É um cristão, 51 anos, manauara de nascimento e criação. Um cidadão que se formou em Direito, é advogado e pós-graduado. Tenho uma carreira política de 23 anos, limpa. O Chico Preto não tem envolvimento com corrupção e nem com maus feitos, ou seja, uma carreira pública confiável e alguém que depois de ter cumprido essa carreira, ter adquirido conhecimento, maturidade, Chico Preto decide que é hora de ir até o povo de sua cidade e dizer: Estou pronto para uma missão maior, que é gerenciar a cidade de Manaus na condição de prefeito.

Chico Preto te 23 anos de experiência na Política

BP – O senhor acredita que o problema do transporte coletivo da cidade é o maior gargalo que o próximo prefeito vai enfrentar?

CP – Se esse não for o maior gargalo certamente um dos maiores. Se você não vive a cidade, você não vai perceber e nem constatar que com a chegada e o advento dos aplicativos de mobilidade da cidade de Manaus, uma parcela expressiva do nosso povo que que usava o transporte coletivo a qualquer momento passou a usar os aplicativos para se locomover nas pequenas distâncias.

As pessoas preferem os aplicativos ou táxis ao invés de pegar um ônibus, porque desde 2010 o sistema vem piorando ano após ano, não vou dizer nada, mas muito pouco se fez para que essa realidade fosse mudada. Hoje a gente tem ônibus pegando fogo e quebrando em tudo que é lugar prejudicando a vida de quem usa o transporte coletivo, além disso o trânsito atrapalha a vida de todo mundo. É preciso entender que os aplicativos trouxeram essa mudança no comportamento.

O próximo prefeito precisa, se tiver oportunidade, fazer uma nova licitação para a cidade de Manaus, novos ares e novos empresários, porque os empresários que aí estão colaboraram diretamente para que nós estivéssemos vivendo isso ao lado de uma prefeitura “inerte, mole e que não tem pulso forte”, que permitiu que o transporte ficasse do jeito que está.

Transporte Coletivo em Manaus

BP – Por que o calçamento da cidade de Manaus é tão irregular, a ponto de prejudicar principalmente pessoas com deficiência?

CP – O calçamento em Manaus é uma responsabilidade compartilhada, não é só Prefeitura. Você quando mora em uma casa o calçamento da frente de sua casa é responsabilidade sua. Mas o que vemos infelizmente é uma falta de política de comunicação, por parte da Prefeitura, porque isso compete exclusivamente a ela, de orientar as pessoas que mantenham suas calçadas de forma padronizada. Não há padronização porque a Prefeitura não informa, não educa e não comunica para que os cidadãos também façam sua parte nesse aspecto.

Nas novas vias a Prefeitura tem que construir o calçamento padronizado, mas nos loteamentos e nos bairros o cidadão é o responsável. Ele precisa entender que aquele espaço do muro da casa dele até a sarjeta pertence a cidade e se ele resolve fazer do jeito e da forma que ele quer, a gente tira a possibilidade de idosos, pessoas com deficiência, mulheres que estão com bebês nos carrinhos, eles têm que andar nas ruas, causando um perigo tremendo.

Esse é um assunto que vai levar tempo para gente poder concertar, mas é preciso começar.  A Prefeitura mudando a sua postura, comunicando e chamando a população para compreender seu papel e a gente começando a corrigir a partir de agora. É fundamental para gente poder ter uma mobilidade, que não é só carro ou transporte, é direito do pedestre andar.

Em vários bairros de Manaus têm pontos claros que a Prefeitura precisa agir para reorganizar porque as pessoas tomaram conta das calçadas, eu me refiro ao comércio informal. A gente precisa dar o direito de as pessoas trabalharem, mas a gente tem que combinar e harmonizar o direito de trabalhar com o direito do cidadão andar, não podemos anular nenhum e nem outro. Esse vai ser um grande desafio para o próximo prefeito e eu estou disposto a enfrentá-lo com muita transparência e com muita firmeza.

Calçamento irregular em Manaus

BP – O que precisa mudar na Manaus atual e que o próximo prefeito vai ter que fazer?

CP – Não tem mais solução fácil na cidade de Manaus. Eu seria hipócrita, seria aquele “políticozão” tradicional, que na véspera das eleições tem solução para tudo. Mas existe sim. A primeira coisa, a Prefeitura tem que ser absolutamente transparente na sua comunicação com o povo e na aplicação do dinheiro, porque é essa transparência que vai fazer com que o dinheiro seja aplicado de maneira mais eficiente.

Para mim, uma das maiores “caixas pretas” da administração do Arthur Neto e da sua esposa (Elisabeth Valeiko) que é a secretária que todo mundo sabe, que age ali, toma decisões e influencia junto com ele, é o gasto com publicidade e propaganda.

Em sete anos da atual gestão do prefeito Arthur, nesse exato momento, agosto de 2020, o prefeito já gastou R$ 600 milhões, e a gente não ver isso e nem esse volume de publicidade e propaganda.

Esse valor poderia ter construído mais viadutos, ampliar a oferta de Saúde Pública, principalmente na zona Norte de Manaus, que é o maior gargalo na atenção básica, alargar várias ruas, melhorar sinalização semafórica, que é uma questão de Mobilidade Urbana, poderia ter gasto em tanta coisa, mas isso foi gasto com publicidade.

Durante quatro anos como vereador eu não consegui sequer convocar o secretário de Comunicação para que explicasse a necessidade desses gastos, numa prova de que há uma caixa preta”. Os vereadores que fazem parte da “tropa de choque” o prefeito também tem uma “tropa de elite” na Câmara que não passa nada.

É errado porque faltou transparência e isso levou há uma ineficiência da aplicação do dinheiro, e a gente sente falta, principalmente a Mobilidade Urbana. Com esses R$ 600 milhões davam para fazer 10 viadutos na cidade de Manaus.

Tropa de Elite do Prefeito

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