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‘Parem de julgar minha mãe. Ninguém sabe o que ela passa e nem quem ele é’, diz irmã de adolescente agredido

Jovem diz que a mãe é uma mulher trabalhadora e respeitada em Rio Preto da Eva e destaca que o comportamento do irmão não é “dos melhores” em casa e na rua

Nesta terça-feira (2), a irmã do adolescente de 14 anos agredido por, supostamente estar envolvido com o tráfico de drogas em Rio Preto da Eva (município distante 57 km de Manaus), falou sobre o caso à imprensa. Na ocasião, ela saiu em defesa da mãe, que aparece nas filmagens agredindo o filho enquanto raspa a cabeça e as sobrancelhas do adolescente em frente à câmera.

O caso ganhou repercussão no último fim de semana, nas redes sociais, e divide opiniões a favor e contra a mãe do adolescente. No entanto, as imagens foram gravadas no último dia 21 de fevereiro.

Em entrevista, a adolescente diz que as pessoas estão julgando a mãe sem saber quem, de fato, realmente é o adolescente. “A minha mãe, pra chegar a esse ponto, pra fazer isso com meu irmão… Ninguém sabe quem é meu irmão de verdade”, diz a jovem em tom de suspense.

Ela continua: “Ele é homossexual, faz amizade com vários homossexuais. A minha mãe é trabalhadora e respeitada por todo mundo aqui em Rio Preto da Eva. Eu fiquei triste com o que as pessoas pensam da minha mãe. Meu irmão é desobediente, não faz as coisas dentro de casa. Meu pai passou meses no hospital, e ele nunca respeitou meu pai. Sempre saiu e só voltava no outro dia”, revela a jovem.

Ainda segundo a irmã do adolescente agredido, a mãe está arrependida. “Ele saiu com a moto da minha mãe, sem permissão. Ela acordou, fez a denúncia de que a moto havia sido roubada, mas a moto estava em casa porque ele usou e depois trouxe, mas não avisou ninguém”, relata a jovem, que acrescenta: “Minha mãe está com medo e abalada”.

“Estão julgando ela, mas ninguém passa o que ela passou. Temo ameaças que estão sendo realizadas à família. Em Manaus e Itacoatiara muita gente critica pelo Facebook. Até eu me sinto ameaçada. É minha mãe, é minha família, e eu estou defendendo ela porque ela não está aqui para se defender”, frisa a jovem.

Conforme a adolescente, a mãe está temendo ameaças e, pela própria segurança, saiu da região onde mora, em Rio Preto da Eva, e aguarda os procedimentos cabíveis da polícia a respeito do caso.

Entenda o caso

De acordo com o delegado Henrique Brasil, a mãe submeteu o adolescente a um intenso sofrimento físico e mental -situação que a enquadra na lei de tortura. Todo o ato foi filmado por uma câmera de celular.

“Ela teve um excesso que configuramos como tortura. Ao tomarmos conhecimento do caso, fomos em busca dessa mãe e do adolescente e conseguimos localizar ambos. O menor estava na casa de outros familiares e a mãe em sua residência”, disse.

“Levamos a mãe para a delegacia, onde foi ouvida e justificou seus atos. Ela declarou que outros dois filhos são envolvidos com o tráfico de drogas e este terceiro, um adolescente, estava começando. Em uma atitude de desespero, a mãe disse não ter controlado suas ações”, explicou Henrique.

O delegado acrescentou que criminosos se valem da legislação brasileira, que protege o adolescente, fazendo o menor assumir crimes para proteger quem coordena, de fato, a ação criminosa.

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