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Parlamentares femininas incentivam mulheres a ingressarem na política

Nas casas legislativas do Estado e município, há a presença de quatro deputadas na Aleam e três vereadoras na CMM. Nos municípios do Amazonas, há três prefeitas.
Mulheres na política amazonense
Mulheres na política amazonense

Para uma mulher chegar a um cargo político não é uma tarefa tão simples assim. Mesmo amparadas pela Lei nº 9.504/1977, que criou a cota de 30% para a participação feminina em eleições, o preconceito, demais dificuldades e os desafios ainda são enormes.

Para a deputada estadual e presidente da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Amazonas, professora Therezinha Ruiz (PSDB), é necessário a ampliação desse espaço para as mulheres. “Precisamos avançar para além dos 30% das candidaturas femininas e garantir a distribuição proporcional no repasse dos recursos, no tempo de rádio e TV. Assim, as desigualdades diminuem, teremos mais condições de disputar as eleições e de ampliar a representatividade feminina nos parlamentos”, afirma.

Therezinha Ruiz – Divulgação

Therezinha Ruiz defende ainda que a presença feminina nos parlamentos ajuda no desenvolvimento das políticas voltadas ao público feminino. “A mulher tem grande capacidade intelectual de se expressar, de defender propostas, além de ter o poder de decisão, de articulação e de liderança. Hoje somos quatro mulheres no parlamento estadual, e isso já faz a diferença nos projetos voltados para a garantia de direitos sociais, por exemplo. As mulheres precisam ocupar os espaços de poder”, destaca Ruiz.

Outra questão que impede o avanço das candidaturas femininas está relacionada ao preconceito que as mulheres enfrentam, seja pelos partidos, pela sociedade de um modo geral e até mesmo pelos próprios colegas de plenário, quando conseguem espaço nas casas legislativas.

A deputada Alessandra Campêlo, que também é presidente da Comissão da Mulher na Aleam, afirma que ela mesma já passou por estas situações. “O preconceito existe sim e enfrentei muito isso no primeiro mandato, principalmente. Tentaram me calar, cortaram meu microfone na tribuna em várias oportunidades, divulgaram notícias falsas a meu respeito, ironizaram as minhas falas e as minhas pautas em defesa das mulheres do Amazonas. No entanto, como toda mulher que enfrenta as adversidades do dia a dia em suas respectivas áreas de atuação, fui altiva e tive coragem e atitude suficientes para encarar o preconceito”, ressalta.

Alessandra Campêlo – Divulgação

Alessandra destaca ainda que já foi possível notar um pequeno avanço nas eleições de 2018, mas que é necessário um trabalho aprofundado de conscientização da mulher na política.

“É preciso que se criem mecanismos que elas realmente tenham condições de se eleger. No último pleito já houve avanço nesse sentido, mas a desigualdade ainda é muito grande no tratamento das candidaturas masculinas e femininas. É um processo longo, que deve começar nas escolas, ensinando às mulheres que elas podem e devem se envolver na vida pública, seja como vereadoras, deputadas, senadoras, prefeitas, governadoras e presidentes”, ressalta Campêlo.

Para a vereadora professora Jacqueline Pinheiro (PHS), a cota partidária é importante, mas deveria ser 30% dos assentos para mulheres. “Eu não concordo com a cota de 30%. Acredito que deveria ser de assentos, porque essa cota para concorrer as eleições não significa dizer que nós vamos ganhar, até porque já participamos, mas não temos o mesmo incentivo, assim como tem para os homens”, comenta.

Vereadora Jacqueline Pinheiro – FOTO: Robervaldo Rocha/ CMM

Jacqueline destaca também que a participação das mulheres na vida política vai influenciar outras a se envolverem mais nas questões políticas. “Eu penso que a mulher se empoderando vai empoderar outras mulheres, porque você começa a ser um espelho, a ser uma pessoa observada e muitas despertam, se ela pode eu também posso, e isso é importante oportunizarmos e incentivarmos as mulheres a ver que é possível participar da vida política partidária e enfrentar os desafios e vencer os preconceitos”, afirma.

Assentos femininos

Nas casas legislativas do Estado e município, há a presença de quatro deputadas na Aleam e três vereadoras na CMM. Nos municípios do Amazonas , há três prefeitas.

Pioneirismo

Eunice Mafalda Berger Michiles é uma professora e política brasileira que representou o Amazonas no Congresso Nacional. Foi a primeira mulher a ocupar um lugar no Senado Federal, depois da Princesa Isabel.

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