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Polícia e MP descobrem carro utilizado para esconder armas utilizadas na morte de Marielle Franco

Ronnie Lessa foi preso no dia 12 de março. Dois dias depois, investigadores acreditam que armas tenham sido jogadas no mar, numa ação liderada pela esposa do PM reformado Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo

RIO — A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio já sabem que um carro, estacionado num supermercado na Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, foi utilizado como esconderijo para as caixas contendo supostamente armas de Ronnie Lessa, sargento reformado da Polícia Militar que é acusado de ter matado a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes no ano passado. Na investigação sobre a tentativa de obstrução à investigação sobre Lessa, logo em seguida à sua prisão, em março, policiais e promotores afirmam que a esposa do PM, Elaine Lessa, liderou um esquema para destruir provas que pudessem incriminar o marido — ela, o irmão, Bruno Figueiredo, e outros dois comparsas foram presos na semana passada, na operação Submersus.

Manhã do dia 14 de março. Lessa havia sido preso há apenas dois dias. Contratados por Elaine, José Márcio Mantovano, conhecido como Márcio Gordo, e Josinaldo Freitas, o Djaca, já tinham retirado de um apartamento do PM reformado no Pechincha, na Zona Oeste, uma caixa que, de acordo com as investigações, há uma suspeita de que continha armas e acessórios. Eram 6h39m da manhã quando o carro de Mantovano entrou no supermercado Freeway, e lá permaneceu por cerca de três minutos. Mais tarde, naquele mesmo dia, ele voltaria para dar prosseguimento ao plano de dar sumiço ao material.

Djaca contratou o serviço de um taxista, e marcou como ponto de encontro o condomínio onde moravam Ronnie Lessa e Elaine, o Vivendas da Barra. De lá, ele e Márcio Gordo, em veículo particular, e o taxista, rumaram novamente ao Freeway. No supermercado, Djaca ordenou que o taxista parasse o carro fora da vaga, logo atrás de um outro veículo SUV, e, em seguida, pediu que ele abrisse o porta-malas. Djaca e Márcio começaram, então, a descarregar caixas e malas e passá-las para o táxi. Há uma suspeita de que o material estava em outros locais para ficar escondido no carro, até o destino final: ser descartado no mar da Barra da Tijuca, próximo às Ilhas Tijucas.

Após a transferência do material, Mantovano foi embora. De lá, Josinaldo seguiu no táxi para o Quebra-mar, na Barra da Tijuca, onde contratou o serviço de um pescador e descartou o armamento em alto mar, entre as Ilhas Tijuca 1 e 2, por volta de 10h30m. A polícia e o MP sabem que, durante o trajeto, Djaca chegou a retirar das caixas e malas pelo menos seis armas de grosso calibre e acessórios como lunetas, coronhas e outras peças de armas. O veículo, utilizado como esconderijo, ficou estacionado no mesmo lugar após a ação. Sua origem é investigada por policiais e promotores.

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