Manaus– A falta de planejamentos das políticas públicas para a acessibilidade da pessoa com deficiência física em Manaus é um dos principais problemas enfrentados por quem mais precisa dessas adaptações para sobreviver e se sentir em um ambiente mais igualitário na sociedade.
O professor Joaquim Filho, 61, técnico de paratletas de natação e atletismo, fala que os alunos têm dificuldades à acessibilidade e reclamam das políticas públicas.
“Meus alunos reclamam sobre as ruas que não têm o nivelamento que precisa ter. As vezes tem ladeira, buracos que não têm tampas, escadas e avenidas sem sinalização para a pessoa com deficiência de visão. A maioria dos semáforos não tem sonorização, o tempo de atravessar as ruas são 15 ou 20 segundos, então a pessoa tem que ser um atleta para atravessar. Quando a pessoa não sai sozinho, é menos a reclamação, mas quando sai sozinho é diferente. Precisa de mais políticas públicas, prefeitos e vereadores se renovam, mas as ruas ficam sempre as mesmas, os transportes são difíceis”, disse o professor.
Para o educador físico da Associação de Deficientes e Amigos Jungle Runner (Adajr) , Alan Dangelo, 47, Manaus não está planejada para a pessoa com deficiência física. ” As ruas não estão revitalizadas com acessibilidade, os transportes não estão planejandos para pessoa com deficiência, as calçadas não têm rampas de acessos para que eles possam subir sozinhos. Continuamente, é preciso pedir ajuda de pessoas para deslocar ou levantar a cadeira para as calçadas. Precisa de mais políticas públicas voltadas para a inclusão”, ressalta o educador.
A dona de casa Jussara Melo explica que existe pouca acessibilidade na cidade e enfrenta dificuldades diariamente com o filho Lucas, de 20 anos. ” Os ônibus não têm rampa de acesso, na maioria das vezes não está funcionando, poucos motoristas ajudam e as ruas não existe acessibilidade”, desabafa.
Deixam a desejar
O Presidente da Comissão dos Direitos Humanos na Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM), deputado estadual Dermilson Chagas (Podemos), destaca que a lei da acessibilidade deve ser cumprida, porém deixam a desejar, porque as ruas não estão preparadas para quem é cadeirantes.
“Os órgãos públicos não estão preparados para cadeirantes, os bancos, supermercados, são vários estabelecimentos que devem ter acessibilidade e não têm. Infelizmente, se consegue uma blitz ou não no município, fugindo dessas regras que dar o direito às pessoas de ir e vir. As ruas não têm calçadas, rampas e nem elevadores para transportar cadeirantes. Falta uma política de concientização, para mostrar a importância. Falta muito para o Estado”, disse.
Outro lado
O Portal Tucumã entrou em contato com a Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), para saber como a gestão tem trabalhado a respeito de acessibilidade para pessoa com deficiência física, mas até o fechamento do material não houve resposta.
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