Manaus – Cansados de falsas promessas, um grupo de professores lotados na Secretaria Municipal de Educação (Semed), que preferiram não se identificar, procuraram o Portal Tucumã para denunciarem o atraso no pagamento de salários.
Eles relataram que firmaram um contrato temporário válido por um ano junto com a Prefeitura de Manaus. Porém, a categoria alega que estão sem receber desde março. Até o momento, o prefeito Arthur Virgílio Neto (PSDB) não realizou o pagamento dos salários da categoria.
Por causa do aumento de casos da covid-19, o prefeito assinou um decreto municipal antecipando as férias escolares. Com isso, muitos professores estão trabalhando em home office, no método de Ensino à Distância (EAD), que faz parte do projeto ‘Aula em Casa’.
Uma professora, que preferiu manter o anonimato, falou que já cobrou um posicionamento da Semed sobre o pagamento do salário, mas até agora nada foi resolvido.
“É um absurdo não pagar o salário dos professores aqui na capital. Há seis meses estamos sem receber, cada professor usa seu equipamento de uso pessoal, como celular e internet. Não sabemos mais para quem recorrer sobre essa situação”, contou.
Ameaça
Como se não bastasse os salários atrasados, os professores também relataram que, se alguém não for trabalhar, são ameaçados de sofrerem processo administrativo.
“Estamos sendo obrigados a trabalhar sem receber. Caso alguém se recuse a trabalhar, é ameaçado com processo administrativo. Trabalhamos no horário da manhã e da tarde. A Semed está um verdadeiro caos”, relatou a fonte.
O grupo já se organizou para fazer manifestações em frente ao prédio da Semed, localizado na avenida Mário Ypiranga Monteiro, bairro Adrianópolis, Zona Centro-Sul de Manaus. Entretanto, a secretaria permanece fechada devido a pandemia da covid-19.
Arthur Neto foi duramente criticado pelos professores. Segundo eles, o prefeito não cumpriu acordo firmado com a categoria.
“Até o momento ele (prefeito) não cumpriu com seu compromisso firmado com a classe. Eu acho incrível que tem dinheiro para viajar à São Paulo e se cuidar da covid-19, mas não faz o pagamento do nosso salário. Além disso, inventando um monte de obras sem pé nem cabeça, investindo dinheiro em coisas desnecessárias”, comenta.
Questionamento
Em nota, a Semed informou nota que a denúncia é improcedente e o que os salários dos mais de 15 mil servidores do órgão estão regulares e em dia, o que houve foi um problema relacionado a cargas dobradas.
“A Semed pagou mais de 1,9 mil cargas dobradas, ficando pendente o pagamento de 120 cargas, que não foram publicadas no Diário Oficial do Município (DOM) devido a algumas pendências de informações no Sistema Integrado de Gestão do Amazonas (Sigeam). O pagamento dessas cargas será efetuado em uma folha especial, no dia 20 de julho”, informou a secretaria.
O órgão informou que a pandemia da covid-19 causou uma queda na arrecadação municipal. “A prefeitura segue honrando com os salários dos mais de 15 mil servidores da Semed-Manaus, como sempre foi prioridade da atual gestão ao longo dos últimos sete anos, inclusive com antecipação de 13° e ações de valorização ao educador”, reitera.
Leia também: Eleições 2020: Capitão Alberto Neto surpreende ‘velhos nomes’ políticos do AM