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26 abril 2024

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Reprovada por uso de drogas, PM que matou irmã teve de ir à Justiça por vaga

Após o homicídio, Rhaillayne Oliveira de Mello foi presa em flagrante pelo próprio marido, o também PM Leonardo de Paiva Barbosa
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A policial Rhaillayne Oliveira de Mello. Foto: Reprodução/O Globo

Rio de Janeiro – A Policial Militar (PM) Rhaillayne Oliveira de Mello foi presa em flagrante no último sábado (2) após matar a própria irmã, Rhayna Oliveira de Mello, com vários disparos de arma de fogo, durante uma briga em um posto de combustíveis em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio.

De acordo com O GLOBO, Rhaillayne só conseguiu ingressar na Polícia Militar por força de decisões judiciais.

Após prestar concurso em 2014, a aspirante a PM acabou reprovada na etapa de Exame Social e Documental, também chamada de “pesquisa social”, quando aspectos da vida pregressa do candidato são avaliados.

Um documento de 2018 do Centro de Recrutamento e Seleção de Praças obtido pelo GLOBO indica que a própria Rhaillayne informou que “já fez uso de substância tóxica por três vezes em festas rave”, situações nas quais teria ingerido “maconha, LSD, ecstasy e MD”.

Na ocasião, os responsáveis pela análise também citaram outros motivos para que a candidata não fosse aceita, como desavenças públicas que ela teve com o pai “pelo fato de o mesmo não concordar com as coisas erradas que fazia” e o “relacionamento de amizade” com um homem suspeito de crimes, pai do filho de Rhaillayne.

Após ser impedida de integrar as fileiras da corporação, Rhaillayne entrou com uma ação na Justiça contra a decisão.

Segundo a petição apresentada pelos advogados da candidata justificavam que em relação ao de uso de substâncias entorpecentes, Rhaillayne “agiu de forma totalmente transparente e honesta ao responder a pergunta realizada pelo pesquisador, momento em que afirmou ter feito uso de substâncias entorpecentes POR APENAS TRÊS VEZES NO ANO DE 2013”

Para rebater as menções aos desentendimentos com o pai, Rhaillayne incluiu na ação imagens em que aparece abraçada com ele e segundo o texto, desentendimentos teriam acontecido “principalmente quando se diz respeito ao concurso em questão, eis que este não aceita a opção dela em seguir a carreira militar”.

Já sobre a convivência com o ex-companheiro, a candidata frisou que os dois mantiveram um namoro por três anos, mas que “a relação era precária e inconstante, sem planejamentos futuros, e ambos residiam em endereços diversos”. A petição alega ainda que os dois só mantêm contato por conta do filho e que o ex “só veio a se envolver com ilícitos após o término do relacionamento de ambos, no ano de 2013”.

Em 25 de setembro de 2018, por intermédio da Procuradoria-Geral do Estado, a Polícia Militar contra-atacou.

“Se há dúvida acerca do comportamento, dos valores, da ética de determinado candidato, não se pode permitir que ele receba farda, arma, distintivo e poder”, acrescenta parte do texto da PGE em nome da PM.

Rhaillayne, porém, obteve sucessivas vitórias na Justiça, em diferentes instâncias, até que a corporação acabou obrigada a aceitá-la.

Esse, entretanto, não foi o único embate jurídico entre as duas partes. Readmitida no processo seletivo, Rhaillayne também terminou reprovada nos testes físicos, mas voltou a se insurgir contra o revés. Desta vez, ela alegou que o próprio curso de formação ocasionou problemas de saúde que afetaram o desempenho na prova. A nova ação tramitou até o segundo semestre do ano passado, quando acabou arquivada por desistência da própria autora, que assumia, então, o posto de soldado na corporação. Procurada, a Polícia Militar não comentou os imbróglios envolvendo a praça.

Presa pelo próprio marido

Após o homicídio, Rhaillayne foi presa em flagrante pelo marido, o também PM Leonardo de Paiva Barbosa.

Ao prestar depoimento na Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI), responsável pelas investigações, Leonardo contou que a esposa vinha se mostrando nervosa e “claramente sem paciência”. Ele disse aos agentes que Rhaillayne havia saído na noite de sexta-feira, dia 1º, para uma festa de família. De madrugada, horas antes do crime, ela voltou em casa, supostamente para pegar a pistola que usou para matar a irmã.

Quarenta e oito minutos depois, o soldado afirmou ter recebido um telefonema da mãe de Rhaillayne dizendo que a PM, muito nervosa, havia discutido com ela e com outra irmã. Leonardo se levantou para procurar a arma da esposa, uma Glock calibre ponto 40 que pertence à PM e estava acautelada com Rhaillayne, mas não a encontrou.

Às 4h30 de sábado, cerca de três horas e meia antes do crime, Leonardo disse ter saído à procura da mulher, circulando por bares perto da casa do casal. O policial foi informado por Rhayna que a irmã estava num bar. Lá, o soldado encontrou a esposa bebendo sozinha, mas aparentemente calma. Rhaillayne, segundo Leonardo, não quis voltar para casa. O PM disse ter notado que a policial estava armada.

*Com informações do O Globo

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