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Reumatismo na infância, é possível? Entenda!

A doença afeta crianças e adolescentes menores de 16 anos e pode causar impactos significativos na qualidade de vida
Foto: Carlos Magno / Unsplash

Manaus (AM) – Ninguém imagina que uma criança de dois anos possa ser paciente de um reumatologista, afinal, a lógica popular é de que esse é um especialista em pacientes mais seniores. Entretanto, cuidadores precisam estar atentos aos sintomas e sinais, pois doenças reumáticas podem sim atingir crianças e adolescentes. É o caso de I.R.S, mãe de uma criança de 7 anos diagnosticada com Artrite Idiopática Juvenil (AIJ), condição reumática crônica mais comum entre o público infanto-juvenil e que está associada à dor, que pode ser intensa, e à incapacidade funcional, podendo afetar crianças de todas as idades.

A AIJ é uma condição clínica que engloba sete subtipos da doença, cada um com suas particularidades e tratamento específico, que têm em comum a presença de artrite (inflamação nas articulações) crônica. A identificação da AIJ não é simples, pois os sinais e sintomas podem estar presentes em outras doenças, contribuindo para o atraso diagnóstico e possibilidade de incapacidade física permanente. Por isso, a importância de estar atento e buscar um especialista quando houver aparecimento de dor ou inchaço nas articulações. O diagnóstico é essencialmente clínico e feito na presença de artrite em uma ou mais articulações por um período maior ou igual a seis semanas em crianças com idade inferior a 16 anos.

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De acordo com Dra. Gleice Clemente, médica reumatologista pediatra e Professora Afiliada da Escola Paulista de Medicina, os sinais e sintomas mais comuns da AIJ são dor e inchaço nas articulações, com rigidez matinal (ou seja, dificuldade de movimentar as articulações após longos períodos de repouso, como ao acordar). Os pacientes podem apresentar ainda inflamação nos olhos, febre, manchas avermelhadas pelo corpo e alteração de órgãos. “Às vezes a criança com artrite não se queixa de dor, o que pode dificultar a percepção da doença e atrasar o diagnóstico. Nestes casos, os sintomas podem ser mais sutis como inchaço discreto na articulação, dificuldade em efetuar determinadas tarefas, como alcançar um objeto pesado acima da cabeça, e modificação da forma como desempenham as funções, como mancar ao caminhar e alteração na escrita”, afirma.

A jornada do paciente pode se prolongar por conta do caminho que se leva até encontrar o médico correto. “Da pediatra em 2019, passando pelo traumatologista até chegar ao reumatologista e receber o diagnóstico, passaram-se dois anos. E esse reumatologista ainda nos orientou a procurar a reumatologista pediatra”, conta I.R.S.

O tratamento da AIJ inclui o uso de medicamentos imunomoduladores, educação familiar e reabilitação. Atualmente, no Brasil, as opções de terapias são limitadas. I.R.S relata que a vida da criança é outra após o diagnóstico e tratamento corretos. “Hoje com o tratamento eu vejo meu filho de outra forma, já está interagindo, teve o retorno da escola e ele voltou a sorrir, voltou a ter prazer com a vida porque ele convivia com a dor e hoje ele tem uma vida totalmente diferente. Vejo meu filho voltar a ser criança de novo”, comemora.

Não existem estudos epidemiológicos no Brasil, mas estima-se que por aqui a doença seja tão frequente como na Europa e Estados Unidos, onde os dados mostram uma incidência entre 2 a 20/100.000 casos/ano e prevalência em torno de 16 a 150/100.000. Apesar de não ser uma condição tão comum, é importante que a doença seja de conhecimento de cuidadores, para que possam buscar ajuda e o tratamento seja iniciado aos primeiros sinais. Apenas assim, conseguiremos ver essas crianças sem sequelas e com qualidade de vida adequada. “Nunca tinha escutado falar em doenças reumáticas em jovens, gostaria muito de ligar a TV e ouvir sobre o assunto, por exemplo. É um grande problema e se a gente não tem acesso logo ao especialista pode levar a sequelas para as crianças”, finaliza I.R.S.

*Com infromações da assessoria.

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