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Saiba se ingerir carnes pode contaminar você com o novo coronavírus

A resposta é não; Mas quando consumidos crus ou mal manipulados, animais podem transmitir outros vírus e bactérias, diz nutrólogo do HCor
CWL1 SÃO PAULO SP 31/3/2015 CADERNO MENSAL PME / WESSEL Linha de produção do frigorífico Wessel , em São Roque no interior do estado . FOTO: CLAYTON DE SOUZA/ESTADAO

(Foto: Clayton de Souza / Estadão)

Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Hong Kong e publicado em março na revista “Nature” aponta que o pangolim – um mamífero cuja carne é considerada uma iguaria em vários países asiáticos – pode ser a espécie que levou coronavírus aos humanos. Segundo a pesquisa, ele pode ter servido de hospedeiro intermediário entre os morcegos e os humanos.

Esta não foi, no entanto, a única epidemia causada pelo consumo de animais ao longo da história. Outros exemplos são a gripe aviária, a gripe suína e o ebola – não se tem certeza sobre a origem deste último, mas é sabido que o vírus causador da doença está presente em algumas espécies de morcegos.

O nutrólogo Daniel Magnoni, do Hospital do Coração (HCor), afirma que é possível contrair um vírus, como o novo coronavírus, por meio de alimentos em duas situações: quando se ingere um animal infectado e cru ou quando o alimento é manipulado por uma pessoa que tem o vírus e não seguiu as normas de proteção.

Por esse motivo, o especialista acredita que alguns hábitos alimentares devem mudar após a pandemia. Alguns deles são a diminuição do consumo de peixes e carnes cruas, maior cautela com comida de delivery e a reestruturação dos restaurantes por quilo.

Segundo o médico, carnes e peixes crus apresentam um maior risco de contaminação por vírus e bactérias, pois elas são eliminadas no processo de cozimento. Ele acredita, portanto, que as pessoas diminuirão drasticamente o consumo de carnes in natura e ficarão mais preocupadas com a origem desses produtos. “As pessoas vão deixar de comer aleatoriamente tudo o que veem pela frente e vão fazer escolhas mais saudáveis, inteligentes e baseadas na segurança alimentar”, afirma.

Para Magnoni, essa preocupação também se estenderá a comidas de delivery. Ele acredita que as pessoas prestarão mais atenção nos protocolos de higiene do fornecedor, desde o preparo do alimento até o seu transporte. “Um cozinheiro infectado pela covid-19 ou algum outro vírus que não utiliza máscara e luvas no preparo da comida pode contaminá-la por gotículas de saliva ou pelo contato direto com a comida. Em relação ao transporte, o risco é o contato direto com um entregador possivelmente infectado”.

Em sua opinião, essa preocupação se estenderá, ainda, a comidas de restaurantes por quilo, que se verão obrigados a passar por uma reestruturação. Ele acredita que o restaurante por quilo tradicional, com os alimentos expostos, deve ser substituído outro modelo, que ofereça porções individuais. “Se uma pessoa com covid-19 ou algum outro vírus tosse em cima de um alimento e outra pessoa ingere, ela tem grandes chances de se infectar. Por isso, acredito que no futuro, em vez em haver, por exemplo, um pote com maionese para os clientes se servirem, haverá 10 potes com 50 gramas cada para consumo individual”.

R7

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