Em uma petição encaminhada ao ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) pediu acesso a todas as mensagens trocadas por autoridades públicas no âmbito da Operação Spoofing que digam respeito às prerrogativas de advogados. O objetivo é avaliar se tais prerrogativas foram violadas pela força-tarefa da Lava Jato no decorrer das investigações.
O documento é assinado pelo presidente da OAB, Felipe Santa Cruz. No pedido ele argumenta que “é nítido que autoridades públicas, que atuam na persecução penal e se utilizam de telefones pagos pelo contribuinte, devem absoluta transparência em todos os diálogos que envolvam o seu exercício profissional”.
O pedido ocorre depois da retirada do sigilo sobre os diálogos pelo ministro relator do caso e em meio a uma tentativa, por parte dos procuradores que atuaram na força-tarefa, de tentar recuperar a confidencialidade das conversas sobre as denúncias, principalmente as que se referem ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Resumo da Operação Spoofing
- A Operação Spoofing desarticulou uma “organização criminosa que praticava crimes cibernéticos”. As investigações dizem que o grupo acessou contas de Telegram de autoridades
- Um dos presos, Walter Delgatti Neto, admitiu à PF que entrou nas contas de procuradores da Lava Jato e confirmou que repassou mensagens ao site The Intercept Brasil; ele disse não ter alterado o conteúdo e não ter recebido dinheiro por isso
- Delgatti afirmou que a ex-deputada federal Manuela D’Ávila (PCdoB-RS) foi a intermediária entre ele e o jornalista Glenn Greenwald, do Intercept
- A ex-deputada confirmou a conversa e disse que repassou ao invasor o contato de Glenn
- O juiz federal Vallisney de Oliveira, que autorizou as prisões, viu indícios de que 4 pessoas se uniram para invasão da contas de Telegram do ministro Sergio Moro e outras autoridades
- Investigadores dizem que os hackers tiveram acesso ao código enviado pelos servidores do aplicativo Telegram ao celular das vítimas para abrir a versão do aplicativo no navegador (veja mais detalhes abaixo)
- Veja o caminho do hacker até o celular de Sergio Moro
- Cerca de 1 mil diferentes números telefônicos foram alvo do mesmo modus operandi, diz a PF
- Segundo o juiz, um relatório da PF diz que dois investigados movimentaram, juntos, mais de R$ 627 mil entre março e junho
- A PF fez buscas em diversos endereços e apreendeu R$ 100 mil na casa de um dos presos
- O DJ Gustavo Santos disse em depoimento que Walter Neto queria vender ao PT as mensagens que obteve
- A defesa de Walter Neto diz que ele tem problema psiquiátrico
Com informações via Metrópoles/g1
Foto: Divulgação
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