Manaus – O assassinato da mulher trans Manuella Otto, morta no quarto de um motel no bairro Monte das Oliveiras, zona Norte da capital, vem ganhando novos capítulos nos últimos dias. A mãe da vítima, Hilma Silva, concedeu uma entrevista exclusiva ao Portal Tucumã na tarde desta quarta-feira (17).
Ela relembra que descobriu a morte da filha depois após receber uma ligação do Instituto Médico Legal (IML). Além disso, Hilma falou sobre o drama no momento que Manuella Otto não atendia suas ligações.
“Queria ter tido forças para impedir que a minha filha saísse de casa. Desde quando saiu meu coração ficou aflito e não consegui dormir. Mandei mensagem no WhatsApp e não respondeu. Eu recebi uma ligação do IML que o celular tinha sido encontrado com uma mulher trans em uma pousada. Meu mundo desabou e trouxe minha filha para casa da pior maneira”, conta.
O cabo Jeremias da Costa Silva, de 27 anos, lotado na 12ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom), da Polícia Militar do Amazonas (PMAM), é apontado como principal suspeito de assassinar a mulher trans no estabelecimento.
A mãe da vítima também pediu pela justiça pela morte de Manuella Otto e torce para que o caso não fique sem respostas.
“Torço para que esse crime não caia no esquecimento e que minha filha não seja apenas uma estatística. Ele deve ser punido e venha pagar pelo crime. O fato de ele ser policial não significa que ele fique impune”, desabafa.
Relembre o caso
Manuela Otto foi encontrada morta deitada no quarto do motel da madrugada do último sábado (13). Segundo o Departamento de Polícia Técnico Científica (DPTC), ela recebeu dois tiros, sendo um no braço esquerdo e outro nas costas, o último atravessando o tórax.
A vítima teria chegado no motel acompanhada de Jeremias, que conduzia um veículo modelo Prisma, de cor branca e placas PHJ-1418. Durante a estadia no motel, os funcionários ouviram um disparo de arma de fogo.
Logo em seguida, o portão da pousada foi fechado para impedir a saída do homem que estava na companhia da vítima. O suspeito fez ameaças e arrombou a porta com o carro.
Investigação
O caso está sendo investigado pela Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), sob a coordenação do delegado Charles Araújo, titular da unidade policial.
O Portal Tucumã entrou em contato com a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) solicitando um posicionamento a respeito da investigação e o apelo feito pela mãe de Manuella Otto. Em nota, a corporação informou que o suspeito se apresentou na DEHS, mas não respondeu os questionamentos do titular da unidade policial.
“Acompanhado de seu advogado, o suspeito ficou em silêncio. As investigações em torno do caso estão em andamento e mais informações não podem ser repassadas para não atrapalhar os trabalhos policiais”, disse.
Procurada pela reportagem, a PMAM informou por meio de nota “que a Diretoria de Justiça e Disciplina (DJD) da Corporação está acompanhando o caso e já instaurou Inquérito Policial Militar (IPM) para analisar o suposto envolvimento do policial no crime de homicídio. Ressaltamos que na data do fato, o militar estava afastado de suas atividades operacionais e administrativas por motivos de saúde.”
Foto: Reprodução/Portal Tucumã e Divulgação
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