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Voto impresso divide opiniões; qual a sua a respeito?

Após demora do resultado das Eleições do primeiro turno, Senador Plínio Valério poderá entrar com PEC pedindo que se cumpra a Lei do voto impresso. Medida divide a opinião dos manauaras

Os manauaras estão divididos frente à implementação do chamado “voto impresso”, tese defendida pelo presidente Jair Bolsonaro e que, nesta semana, tomou fôlego com as declarações feitas pelo
Senador Plínio Valério (PSDB), em suas redes sociais, de que poderá entra com uma PEC pedindo que sistema seja implementado, mesmo sabendo dos gastos alegados pela Justiça Eleitoral.

A Dona de casa Francisca Chagas, 42, moradora da Alvorada II, zona Centro Oeste de Manaus, acredita que a medida será mais uma segurança durante o processo de votação.

“Estou certa de que teremos mais segurança. Eu não sou muito de acreditar que tudo é seguro e isso pode ajudar”, disse.

O universitário César Maciel é da mesma opinião. Mesmo com os gastos, a medida pode ser mais segura.

“Porque nessas últimas Eleições, vocês perceberam que começaram a haver mais ataques de hackers … e atrasaram muito a contagem de votos e isso dá muita insegurança. Apresar do voto impresso trazer um custo maior, mas a segurança que vai trazer para a sociedade, da pessoa saber em quem ela votou é muito maior”, afirma.    

César Maciel, universitário, acredita no voto impresso.

Marlene Saraiva, 73, é aposentada, moradora da Cidade Nova, zona Norte da capital e tem a opinião contrária às de César e Francisca.

Marlene Saraiva, aposentada, não acredita na medida.

“Como é que deu vou andar com tanto papel bolso? E os gastos que a Justiça Eleitoral vai ter? Eu prefiro votar do jeito que é”, fala.

Antônio Oliveira, 24, autônomo, mora no São José, zona Leste de Manaus e tem a mesma opinião da aposentada.

“Cara, toda a Eleição vão dizer que tem roubo. Saindo o resultado na hora ou atrasado, sempre será isso, porque as pessoas não se conformam em perder. Acredito na segurança do voto eletrônico. Agora, trazer mais despesas por causa de um papel? Não vejo isso como bom para a sociedade”, disse.

Especialistas se posicionam

Para o cientista político Afrânio Soares, da Action Pesquisas, avalia que a proposta do voto impresso se reflete por uma onda “trumpetista” (levada pelo presidente Trump – que não se conforma com o resultado das Eleições nos EUA).

“Eu não acredito que tenha havido uma invasão hacker que tenha conseguido contaminar qualquer resultado, em qualquer lugar do país. Sinceramente, não! Essa reclamação que esta havendo agora é porque muitos candidatos a vereador que foram derrotados esperavam ter mais votos. Só que nós tivemos candidatos demais, eleitores de menos. Nós tivemos menos eleitores do que nós havíamos tido em 2016, para você ter uma ideia. Muitos dos candidatos que tiveram recursos em 2016, não tiveram recursos para fazerem suas campanhas”, afirma.

Afrânio Soares também pontua sobre a mudança de comportamento do eleitor.

O cientista político, Afrânio Soares, fala que medida também é gerada pela inconformação com resultados das Eleições.

“E as pessoas, as vezes, acham que por elas terem recebido, em determinado momento, uma quantidade de votos, que esses eleitores são seus, eternamente. Não! Esses eleitores são volúveis. Eles mudam mesmo. Acho realmente uma proposta pré- história essa de retornar o voto impresso”, comenta.

O cientista político Helso Ribeiro disse que “votos de cabresto” existem até hoje e vão continuar existindo.

Helso Ribeiro, cientista político, acredita no resultado das urnas

“E tem pessoas que você sabe que até filmam o voto. A princípio é proibido ingressas na cabine de votação com aparelhos de filmagem, mas ninguém vai te dar geral na hora da Eleição… Isso seria continuidade. Você, ao invés de filmar, tiraria uma foto do comprovante. Agora, o que eu vejo é que o pano de fundo foi a Eleição nos EUA e o presidente Bolsonaro afirmou que ele tinha ganho no primeiro turno, que houve fraude. Só que ele nunca provou isso e, já desconfiando da próxima Eleição, ele está plantando essa ideia do voto impresso para que não haja fraude. Com toda honestidade, eu nunca vi uma comprovação de fraude através das urnas eletrônicas”, explica.

Helso avalia que isso também complicaria, ainda mais, o resultado das Eleições.

“Muitas vezes, uma Eleição que a gente tem o resultado quase de imediato, menos de uma hora a gente já tem o resultado de um município… aquele que perdesse, ia alegar que houve fraude, iria retardar um pouco mais a contagem, porque teria que ver a leitura do voto manual. Cada um vai ter a leitura se vale a pena ou não investir dinheiro em maquinas que gerem esse comprovante”, afirma.

Entenda o caso      

Senador Plínio Valério (PSDB), defende a implantação do voto impresso.

Com o atraso no resultado das Eleições 2020, no primeiro turno, ocorrido no último domingo (15), o Senador Plínio Valério (PSDB) pretende entrar com uma PEC, para que se cumpra a implantação do voto impresso nas runas eletrônicas do país.

O Senador utilizou suas redes sociais, para expor seu ponto de vista com a demora no resultado das Eleições.

“Depois das falhas na totalização e divulgação dos votos do 1° turno das eleições municipais, apelo aos presidentes do STF, Luiz Fux, e do TSE, Luís Roberto Barroso, que agilizem uma decisão definitiva sobre a lei do voto impresso, aprovada pelo Congresso Nacional em 2015 e Judiciário não cumpre.”

O Senador também acredita que o problema não é uma questão de recursos no orçamento do Tribunal Superior Eleitoral, TSE e que existe tempo suficiente até 2022, para que se cumpra uma lei que foi aprovada pela maioria no Congresso.

De acordo com o TSE, o voto é seguro.  

Texto: Carlos Eduardo Araújo

Fotos: Divulgação.

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